Normino da Rádio quer seguir com suas convicções em seu segundo mandato
Reeleito para seu segundo mandato, o vereador Normino José de Oliveira (Cidadania), mais conhecido como Normino da Rádio, não abre mão de suas convicções. Em entrevista, ele afirma que seguirá na sustentação do governo Guilherme Gazzola (PL), mas mantendo seus posicionamentos.
Nascido em Rio Pardo de Minas/MG e 1973, ele é casado e pai de dois filhos. Seu pai foi vereador na cidade natal, por isso a política já estava no sangue. Normino conta que a região onde ele nasceu, muito pobre, não oferecia oportunidades. Foi por isso que, em 1992, ele veio para Itu – e se apaixonou pela cidade.
“Vim passar uma temporada só. Moramos seis meses no São Luiz e meu irmão comprou uma casa no Cidade Nova. E lá eu descobri a necessidade daquela região, tão carente e com uma desigualdade social tamanha”, explica, relembrando episódios de preconceito que ele mesmo sofreu por ser morador do bairro. “Aquilo foi fomentando em mim o desejo de tentar mudar aquela história”.
Em 1998, Normino inicia o processo de abertura de uma rádio comunitária para a região, com a intenção de dar voz à população. Porém, a Rádio Nova FM 105,9 só sai do papel 12 anos depois, devido à burocracia do governo. “Aí o nosso trabalho expandiu”, conta Normino, que paralelamente sempre fez projetos sociais. Dentre eles o “Mão Amiga”, que leva atendimentos diversos e gratuitos aos bairros mais carentes da cidade de Itu.
O chamado para a política já começou em 2004, mas Normino recusou. Em 2008, também. Ele resolve se candidatar pela primeira vez em 2012, onde obteve 824 votos, ficando como primeiro suplente da sua coligação. Assumiu a cadeira de vereador na Câmara Municipal de Itu por 66 dias. “Aproveitei muito aquele período, fiz muitas indicações”, afirma o parlamentar.
Em 2016 se candidatou pela segunda vez, onde praticamente triplicou a votação anterior, recebendo 2.306 votos de confiança. Ele destaca em seu primeiro mandato o número recorde de indicações e o projeto de estímulo aos primeiros socorros em escolas. “Foi um trabalho intenso, um mandato de muita entrega. Tivemos horário pra chegar, mas não para sair”, afirma ele.
Apesar de não ter sido eleito pelo grupo de Gazzola em 2016, Normino sempre apoiou o governo. Ele revela que chegou a ser convidado para ser vice na última eleição, mas naquela época fazia parte do grupo de Matheus Costa, que sairia a vice de Neto Beluci. Sem tempo hábil para qualquer mudança, permaneceu no nanico PHS e acabou eleito. “Eu não teria dificuldade nenhuma de ter apoiado o Guilherme já em 2016, sempre achei ele um cara inovador”, conta. Agora, com 1.229 votos, sendo o sexto mais votado, quer continuar seu trabalho – com independência.
“Quando foi preciso ‘bater’ na mesa dos secretários e divergir com eles e o próprio prefeito, não abrindo mão daquilo que sou convicto para a cidade, eu fiz”, explica Normino, que não se arrepende de apoiar Gazzola. “Fiz tudo por essa reeleição”.
O vereador afirma que a campanha não foi fácil. “Acompanho política desde muito cedo. Nunca vi uma campanha tão difícil como essa”, afirma. Segundo Normino, ele sofreu com a “desconstrução” que fizeram dele ao longo do mandato e durante o período eleitoral. Os “ataques” partiram, de acordo com ele, inclusive de pessoas que estavam com ele em 2016 e “não tiveram seus pedidos atendidos”.
“Jogaram tudo na conta do Normino”, relata o vereador reeleito sobre um episódio em que a rádio que ajudou a fundar realizou a doação de cestas básicas para famílias carentes. Ele explica que não faz mais parte da direção da emissora e que a mesma sempre faz trabalho social – intensificado por conta da pandemia. Nas redes sociais, ele sofreu ataques. “Processamos uns dois. Tem uma hora que você tem que falar: ‘não é assim’. A justiça precisa se posicionar”, declara.
Normino celebra a nova composição da Câmara, que agora tem dois representantes do Pirapitingui: ele e Luisinho Silveira (MDB). “Foi o primeiro que eu cumprimentei. Desde que a gente tenha o mesmo alinhamento em prol da comunidade, vai somar com certeza”, afirma. Segundo ele, a região poderia ter eleito ainda mais vereadores. “Eu estou muito otimista”.
Evangélico, Normino também destaca a eleição de outros vereadores com o mesmo alinhamento. Mas ele frisa: “A igreja tem um papel fundamental. O que eu venho descobrindo e aprendendo a cada dia que passa é que a religião, o nome da igreja, não pode estar acima de toda a convicção, de tudo o que a cidade precisa. Eu não abro mão das minhas convicções, mas eu tenho que separar uma coisa da outra”.
Normino não descarta candidatar-se a outros cargos no futuro para dar protagonismo maior à região do Pirapitingui. Hoje, afirma que não pretende ser um vereador “ad eternum”, tentando novas reeleições. “Política é momento, mas hoje meu pensamento é de não concorrer mais à vereança e compor com um grupo em 2024”, declara ele, que, no próximo mandato quer focar na execução das leis criadas por ele no mandato anterior.
Mas a principal bandeira será o emprego. Ele espera uma maior união de todos. “Nós precisamos dar um voto de confiança aos que foram eleitos para que a gente possa desempenhar um bom trabalho. Juntos a gente pode mudar essa história”, finaliza.