José Galvão quer tornar seu quarto mandato como vereador mais participativo
José Galvão Moreira Filho, 54 anos, é advogado fundador e voluntário da ONG João de Barro. Casado e pai de cinco filhos, ele também é presbítero da Igreja Assembleia de Deus Fonte de Esperança. Ele foi para seu quarto mandato como vereador (foi eleito em 1992, 2000 e 2016), com 1.165 votos, entrando na nona cadeira da Câmara Municipal de Itu.
Ele conta que sua vocação política surgiu ainda no colégio através do movimento estudantil. Depois, na Faculdade de Direito, foi presidente do Diretório Acadêmico e liderou grandes mobilizações por mais qualidade de ensino. Por mais de 20 anos trabalhou na Prefeitura, onde ocupou diversos cargos, sendo também secretário de Turismo.
O vereador explica que teve que reformular sua campanha por conta da pandemia, diminuindo reuniões e apostando nas redes sociais. Para piorar, ele próprio acabou contraindo o vírus e tendo que se isolar – nem mesmo pode votar em si próprio. “Não pude nos últimos 10 dias articular a reta final da campanha”, comenta à reportagem.
Galvão, que hoje é um dos principais nomes da oposição, disse que foi atacado nas redes sociais. “Nós fomos bastante bombardeados por um grupo do ódio que se instalou em Itu”, afirma o vereador, que disse ter apostado na serenidade. “O embate foi jurídico. Procuramos os meios legais sempre que nos sentimos ofendidos”.
Após um mandato muito participativo, com diversas indicações e requerimentos, Galvão espera corrigir algumas coisas no próximo. “Uma das coisas que a gente quer implantar nesses próximos quatro anos é tornar o mandato mais participativo”, afirmou. “Precisamos estar mais próximos das comunidades e dos bairros”, disse, apontando que o “vereador não pode ficar sentado na cadeira esperando”.
O vereador reeleito comentou que é um direito do prefeito Guilherme Gazzola (PL) não querer conversa com ele, mas que “seguirá sua coerência”. “Quando nós deixamos de apoiar esse governo, é porque avaliamos que não acreditamos nesse modelo de administração que foi implantado na cidade”, alega, apontando que o poder público poderia liderar mais ações para melhorar a qualidade de vida da população mais necessitada.
Sobre sua postura política nos próximos quatro anos, Galvão afirma que “aquilo que a gente acha que vai causar prejuízo para o erário público, que nós não concordamos pelas convicções que a gente sempre apresenta, nós vamos votar contra”. Porém, o que for bom, votará a favor. “Nós desejamos o bem para a cidade”, prossegue. “Vai ser uma oposição séria. O interesse público tem que prevalecer”.
José Galvão acredita que a renovação na Câmara reflete a vontade da população e ficou feliz com o aumento da representatividade feminina. O vereador também comentou que não fica com nenhuma rusga com os atuais vereadores, apesar dos embates mais duros. “O nosso embate é no plenário. Acabou, existe o respeito, a consideração. Às vezes não é uma amizade, mas é um respeito”, disse, apesar de lamentar algumas atitudes, como a obstrução da palavra em tema livre – o que ocorreu algumas vezes nesta legislatura.
Para o futuro político, Galvão – que foi presidente da Câmara em 2017 – diz que seu nome está sendo sondado para uma possível candidatura. “A gente vai sentar para conversar e alinhar o nosso grupo. O objetivo é poder criar essa unidade e chegar num denominador comum. Eu estou lá para ajudar. Mas eu coloco o meu nome, até pela experiência que tenho”.
Já para outras pretensões políticas, o vereador disse que é necessário esperar o que vai acontecer nesses próximos anos. “Depende do trabalho que vamos desenvolver. Por isso estamos projetando”, apontou. O foco de seu grupo, agora, é a reeleição do deputado estadual Rodrigo Moraes (DEM), em 2022. “É importante a gente começar a pensar. O Democratas de Itu vai fazer um trabalho realmente efetivo para a reeleição do deputado Rodrigo para que ele saia com uma boa votação”.
Galvão também comentou os rumos dos três grupos – casal Passos, Neto Beluci e José Olímpio – que se uniram em torno da candidatura de Rita (MDB). “Política é muito dinâmica. Sempre há o respeito, sempre podemos estar juntos. Evidentemente que o Herculano e a Rita tem seus interesses, que podem conflitar com a reeleição do Rodrigo, mas sempre há o respeito e evidentemente o que a gente puder estar caminhando junto em prol da cidade, vamos estar caminhando”.
Encerrando, Galvão afirma que gosta muito de estar na vida pública para viabilizar ações que melhorem a situação da população. “Quando você tem um mandato, seu poder aumenta um pouco. Eu encaro ser vereador como uma missão de ajudar as pessoas, de fazer uma lei que vá impactar toda a cidade. Eu vejo a vereança como uma forma de ajudar aqueles que mais precisam”, finaliza, reafirmando que pretende colaborar ainda mais com o terceiro setor, apoiando o trabalho da ONG João de Barro e outras entidades.