Média geral dos mananciais é de 79,6%
Nesta semana, o Periscópio recebeu e também verificou nas redes sociais diversas reclamações a respeito da falta de água em diferentes pontos da cidade.
A reportagem esteve em contato com a Companhia Ituana de Saneamento (CIS) para saber como está a situação dos níveis dos mananciais que atendem a cidade atualmente, com a autarquia respondendo que a média geral total do nível é de 79,6%, sendo que as Bacias do Pirajibu e do Mombaça são perenes (ou seja, não secam).
A CIS explica ainda que o nível das chuvas é satisfatório, porém menor que a média histórica, sendo cedo para a avaliação de risco para um novo racionamento – como o que foi registrado em dezembro passado.
Mesmo com os níveis satisfatórios, moradores da cidade relataram problemas ao JP. Residente do Jardim Eridano, o coordenador de distribuição Lázaro Pacheco, de 41 anos, comenta. “A falta de água é constante no bairro inteiro. Essa semana faltou água todos os dias. Durante o dia não tem água e entre meia-noite e 1h começa voltar aos poucos e acaba enchendo a caixa”.
Lázaro explica que já abriu diversos protocolos junto à CIS, porém não obteve mais retorno. “Na primeira vez, eles disseram que não tinha problema nenhum, que iriam mandar o técnico vir, depois falam que é manutenção, mas nunca relatam o real problema”, conta.
A dona de casa Andréia Nunes da Silva, de 43 anos, moradora do Portal do Éden, também relatou sua situação. “Ontem [quarta-feira, dia 10], acabou a água ao meio-dia e está voltando agora (4h45 da madrugada). Mesmo sabendo que os mananciais que nos abastecem estão cheios, eles desligam água sem nenhum aviso. Entre a semana passada e essa, já ficamos sem água cinco vezes”.
Andréia se queixa, assim como Lázaro, da falta de retorno. “Você liga na CIS e eles dizem que é porque o nível está baixo que tem de diminuir o volume e por isso em algumas casas não chega. Mas é mentira, nos condomínios não falta água. Ou dizem que estão fazendo alguma manutenção”, diz.
Esclarecimento
Questionada sobre as reclamações, a CIS informou que as situações dizem respeito às interrupções emergenciais causadas em sua maioria por conta de quedas de energia e problemas elétricos e/ou mecânicos em equipamentos. A autarquia explica ainda que grande parte das queixas são provenientes de locais chamados de “ponta de rede”, ou seja, são os últimos locais a serem abastecidos pela rede de distribuição de água.
Com isso, durante picos constantes de consumo na cidade e/ou manutenções nas Estações de Tratamento de Água, a pressão é reduzida nestas localidades. “Temos mapeado alguns pontos da cidade e já estão previstas melhorias como a setorização (instalação de registros e equipamentos que permitem maior controle da distribuição de água) e trocas de rede de forma gradativa”, afirma a autarquia.
A CIS reforça ainda que, em caso de desabastecimento, o munícipe deve primeiramente verificar o registro do imóvel e posteriormente acessar o site com as informações sobre paralisações programadas e emergenciais (cis-itu.com.br/categoria/notificacoes).
Além disso, o munícipe pode instalar o APP CIS (disponível em app.cis-itu.com.br) para abrir ocorrências e receber informações importantes no celular ou ainda verificar o suporte do 0800 722-4827 e do Facebook (/companhiaituanadesaneamento) para abertura de reclamações e suporte.
Obras
A CIS informa ainda que está instaurando o Sistema de Macromedição para distribuição de água. A autarquia divulgou à reportagem que assinou com a Caixa um documento que oficializou a verba de R$ 3,1 milhões para instalação de macro medidores nas instalações da CIS: represas, reservatórios de água tratada e chegada às Estações de Tratamento.
Desta forma, a CIS explica que será possível ter maior controle da vazão de água distribuída, mensurar perdas e fazer os ajustes necessários para mantermos o maior volume de água possível no tratamento.