Páscoa pode gerar renda extra, mas produção precisa de cuidados
Quem vai ao supermercado procurar os ovos de Páscoa sempre sai com a mesma opinião: se depender do valor, a celebração deste ano será bem menos doce. O que pode parecer ruim para o consumidor, na verdade, se transforma em uma boa oportunidade de negócios para muita gente. A produção artesanal virou uma interessante opção aos clientes que buscam fugir das grandes marcas, virando uma possibilidade para muitos empreendedores. Mas, para ter sucesso nesse mercado, é preciso tomar uma série de cuidados.
“Os doces artesanais, normalmente, são feitos com bem menos conservantes. Então, quem quer trabalhar com isso, precisa ficar bem atento às condições de conservação”, salienta a nutricionista Solange Cassar, diretora da Normalize Nutrição, empresa especializada no controle de qualidade e segurança alimentar. “Já aconteceu de eu comprar um doce desses, abrir para comer e ele estar embolorado”.
Fugir de situações desagradáveis, que, inclusive podem azedar a relação com o cliente, é fundamental para estabelecer um negócio de sucesso. Nesse quesito, é importante estar atento aos mínimos detalhes durante o processo de fabricação.
Um dos aspectos mais importantes, principalmente no cenário de pandemia, é tomar o máximo de cuidado com a higienização do local. Além do uso constante de máscara, a toca também faz parte dos equipamentos de proteção individual (EPI).
“As regras são as mesmas para qualquer manipulação de alimentos. O cuidado com a higiene das mãos deve ser redobrado, mesmo em casa, contar com um local separado, com controle de pessoas e, dependendo do trabalho, climatizar o ambiente”, enumera Solange. “É preciso sempre conhecer bem os insumos e saber quais são os mais perecíveis. Sempre recomendo conferir o rótulo do produto para saber o tempo de validade pós abertura. Se você for usar um doce de leite, por exemplo, e lá diz que ele dura cinco dias, essa contagem vai continuar valendo se ele for utilizado no ovo de páscoa”, alerta.
Cuidados na hora de fazer parceria
Normalmente, os ovos artesanais são vendidos diretamente para o público final. Nessa situação, não há nenhuma ressalva em relação aos órgãos reguladores. Porém, uma estratégia para quem busca ampliar as vendas, é oferecer seus produtos em pontos comerciais, como padarias, supermercados e comércios. Só que, nesse caso, é preciso a atenção a um detalhe especial: o rótulo.
Não pense que é só caprichar na embalagem e já estará autorizado a comercializar. A rotulagem precisa contar com uma série de informações, como a lista de ingredientes; conteúdos líquidos; identificação de origem e lote; prazo de validade; tabela de informação nutricional; além de relatar presença de glúten, ingredientes geneticamente modificados e outras informações adicionais.
“Se o estabelecimento for bem instruído, ele não vai nem receber o produto sem rótulo, para não correr o risco de ser penalizado em uma possível visita de fiscalização”, avisa a especialista. Os dizeres técnicos obrigatórios são regularizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e precisam ser desenvolvidos com o máximo de cuidado. “Eu recomendo buscar uma consultoria especializada para desenvolver a rotulagem dos produtos. Assim, ninguém terá problemas depois”, finaliza Solange.