Enchentes do Tietê preocupam municípios
No dia 28 de maio, houve uma reunião envolvendo representantes do INEVAT – Instituto de Estudos do Vale do Tietê, Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Itu e o vice-prefeito de Salto, Edemilson Santos (Podemos), buscando discutir a respeito do perigo das enchentes do Rio Tietê.
A última grande enchente a afetar de forma devastadora a região do Médio Tietê ocorreu em fevereiro de 2020, quando em Itu uma inundação nunca antes vista atingiu o bairro Jardim Paraíso II, derrubando muros, inundando casas e arrastando veículos, deixando diversos desabrigados.
Em Salto, principalmente na entrada da cidade, a conhecida Ilha dos Namorados foi completamente inundada e o Memorial do Tietê praticamente destruído, perdendo documentos históricos. No Parque das Lavras, o estrago também foi de grande monta.
Na reunião de maio último, foi feito um alerta para que os problemas não voltem a acontecer, pois se não forem tomadas medidas por parte do Governo do Estado, a tendência é para que novos desastres possam vitimar ituanos e saltenses, além de outras cidades do Médio Tietê.
Segundo Ismar Ferrari, coordenador técnico do INEVAT, a reunião tratou de se buscar ações no sentido de uma solução para a questão da poluição e enchentes do rio. O presidente do INEVAT, João Pacheco disse que a “ideia é ampliar o diálogo entre as entidades que podem ajudar neste sentido, em busca de soluções”.
Entendendo o problema – Para situar melhor o leitor, em janeiro de 2020 houve uma enchente em que o Rio Tietê provocou destruição em Itu e Salto. Isso se deu em decorrência de profundas alterações promovidas por vários governos do Estado no sistema hidráulico do rio Pinheiros, afluente do Tietê, na Região Metropolitana.
Buscando desmontar o sistema de reversão do Pinheiros, dois túneis instalados no fundo da barragem de Pirapora do Bom Jesus permitem aumentar as vazões de enchentes, em direção do Médio Tietê.
Essas obras visam reduzir o grave problema das enchentes e poluição na capital, mas transfere para o interior, ou seja, com a abertura das comportas dos túneis em Pirapora, evita-se as cheias na Região Metropolitana de São Paulo, mas Itu, Salto e outras cidades do Médio Tietê são prejudicadas.
Um manifesto está sendo elaborado e o INEVAT espera contar com apoio não apenas de Itu e Salto, como por parte de outras cidades do Médio Tietê, como Santana de Parnaíba, Pirapora, Cabreúva e outras.