Racionamento de água domina pauta da Palavra Livre na Câmara
Um dos assuntos mais comentados e de maior preocupação dos ituanos, a falta d’água também dominou a pauta da Palavra Livre da sessão da última terça-feira (24) na Câmara de Vereadores de Itu. O tema foi comentado pelos parlamentares, em especial pelos de oposição – que relataram dificuldades vividas pelos moradores da cidade.
O vereador Dr. José Galvão (DEM) reconheceu que vivemos uma severa estiagem – considerada a maior dos últimos 91 anos –, mas relatou que em Itu essa situação se potencializa. “Infelizmente, os investimentos que foram feitos ainda não foram suficientes para resolver o problema da crise hídrica”, declarou o vereador. “Nós estamos vendo que Itu está passando por uma situação muito crítica”, prosseguiu.
Galvão lembrou do Consórcio do Rio Piraí, que envolve as cidades de Itu, Cabreúva, Salto e Indaiatuba, declarando que, desde que voltou à Câmara, em 2017, não viu a administração municipal dar a atenção devida ao projeto. “É um projeto evidentemente complexo, que demanda um aporte de recursos grande, mas que nós não vemos uma gestão, um trabalho efetivo para que esse consórcio do Rio Piraí seja efetivado”, declarou o vereador, solicitando ainda melhor atendimento aos munícipes e o aumento de caminhões-pipa disponibilizados.
Dr. Marcos Moraes (PSL) disse que vem recebendo ligações de eleitores e que tem sentido o sofrimento do povo, relatando também que faltou água em sua casa. “Mas tenho certeza que o Executivo está se empenhando, que os funcionários da CIS estão se empenhando, para que possamos vencer esta batalha”, afirmou.
Maria do Carmo Piunti (PSC) corroborou as falas de Galvão e disse em “mentira em período eleitoral”. “Como você pode anunciar que tem segurança hídrica se nem o desassoreamento das represas foi feito?”, questionou a vereadora, lembrando os empréstimos aprovados pelo Legislativo no mandato passado e cobrando melhor distribuição de água por caminhões-pipa.
“Está mais do que claro que não temos segurança hídrica. Se ano que vem tivermos seca, vamos ficar sem água de novo”, prosseguiu ela, afirmando que só existem duas questões emergenciais no momento: a pandemia e a crise hídrica. Maria do Carmo – que representa o Legislativo ituano no Consórcio do Piraí – também falou existe “embaraço” na questão das desapropriações para a construção da barragem do Piraí, o que ficou dificultado por conta da pandemia. “Mas eu continuo acreditando no consórcio”.
Dito Roque (PL) lembrou que a situação de crise não é exclusiva de Itu, mas de todo o país, citando que cidades vizinhas, como Salto e Indaiatuba, também estão passando por problemas. Sobre o Consórcio do Piraí, ele disse que Indaiatuba e Cabreúva já abriram mão e que buscar água do rio sai mais caro do que do Ribeirão Mombaça.
O decano disse que visitou o Mombaça recentemente e informou que existem alguns vazamentos no caminho, mas que são “insignificantes”. “A água está vindo para Itu”, explicou. Dito Roque relatou ainda que, além da escassez de água, houve um aumento no consumo. Mas ele disse confiar no trabalho da CIS e da Prefeitura.
A vereadora Célia Rocha (PL) disse que nunca viu tantos investimentos sendo feitos no abastecimento de água de Itu como nos últimos anos, mas comentou que é preciso fazer um plano de ação para abastecer os locais que mais precisam, com ênfase em hospitais, postos de saúde, asilos e escolas. “Nós temos que nos unir em prol da população, não adianta só falar”, alertou a parlamentar.
Já o presidente Thiago Gonçales (PL) frisou que não pode deixar de assumir a sua responsabilidade, destacando que votou pela criação da CIS – Companhia Ituana de Saneamento e em empréstimos para a realização de investimentos, elencando algumas melhorias promovidas. “Foi feita muita coisa. O grande erro é dizer que resolveu. Se alguém disse que resolveu, não saiu da boca desse vereador”, afirmou.
O vereador também declarou que esse é um problema que só deverá ser resolvido em cerca de 10 anos e que cabe a ele fiscalizar. De forma sincera, Adautinho comentou que o rodízio não vem sendo cumprido e se colocou à disposição para auxiliar as chamadas “pontas de rede” serem abastecidas. Luisinho Silveira (MDB) destacou que a crise hídrica é um advento do desmatamento. Destacou os investimentos, mas afirmou que muito ainda precisa ser feito.
Já Eduardo Ortiz (MDB) disse que “parece que estamos de volta a 2014”. O vereador também disse não se conformar com o patrocínio da CIS ao time do Ituano Basquete e relatou que munícipes que reclamam na página da autarquia no Facebook são bloqueados. “Bloquear munícipe em uma página oficial é uma vergonha”, disse. Procuramos a CIS, que disse que não iria comentar as falas do edil.
Donizetti André (Republicanos) disse que o problema da falta d’água não dá pra esconder, mas destacou que todos estão unidos para enfrentar essa situação. Por último, Normino da Rádio (Cidadania), que é representante do Legislativo no Comitê de Crise Hídrica, destacou as sugestões apresentadas, como uma central de atendimento para o Pirapitingui. E ele afirmou: “Sem Mombaça/Pau D’Alho e sem Pirajibu, estaríamos sem água desde março, seria muito pior do que 2014”.
vergonha