Espaço Acadil: Mudanças climáticas
Guilherme Del Campo
Cadeira nº 11 I Patrono Mario de Andrade
Já escrevi sobre isso mas insisto. As mudanças climáticas que se esperavam daqui a algumas décadas, já acontecem para o nosso desconforto e apreensão. Observamos calor extremo no hemisfério norte e inclusive aqui no sudeste e centro-oeste em pleno inverno. Secas severas no antigo alagado do pantanal mato-grossense e em outras áreas precipitações pluviométricas jamais vistas, entre outros fenômenos atmosféricos como tufões, furacões e tempestades tropicais que acarretam a perda de vidas e de bens materiais que acabam agravando a condição humana no planeta.
Tenhamos uma coisa em mente, não há planeta “B” e por isso temos que cuidar muito bem do nosso planeta “A” que é a Terra, além de cuidar com carinho e respeito da natureza, de nossas florestas e mananciais. Precisamos reciclar o lixo e não atirá-lo a esmo.
Perdemos um enorme percentual de áreas alagadas, principalmente no pantanal e centro-oeste e observamos com preocupação a severa redução do volume das águas dos rios que abastecem os estados do sul, do sudeste e centro-oeste, prejudicando o transporte das safras de grãos. Nascentes secam, cursos d’água desaparecem e a seca faz o gado morrer de sede e os animais silvestres perecem com o regime de chuvas alterado devido às alterações climáticas do planeta, além da intervenção criminosa e ignorante da população que toca fogo na vegetação, depois de derrubar a floresta, que mantém o equilíbrio das precipitações pluviométricas.
O desmatamento criminoso da Amazônia prejudica o regime das chuvas no sudeste, centro-oeste e sul do país, fato confirmado pelos cientistas, além de expor a população a pandemias contraídas dos animais silvestres fora de seu habitat natural.
Os agricultores do sul, sudeste e centro-oeste estão assistindo suas lavouras de milho, soja, algodão, feijão, arroz e outras secarem pela estiagem. Ainda há moradores das zonas rurais que ateiam fogo para limpar o mato e depois perdem o controle, esgotando o solo e agravando ainda mais a falta d’água e comprometer a vida humana e a dos pobres animais domésticos. Além disso, a água sumiu das nossas torneiras e os municípios estão com extrema dificuldade para resolver o problema.
Registra-se ainda a ação de irresponsáveis que soltam balões, provocando incêndios catastróficos, como o que atingiu a reserva florestal do Juquerí, que teve cerca de 80% da sua área destruída, inclusive aqui na Serra do Japi. Nas áreas atingidas fica difícil respirar e aumentam os casos clínicos envolvendo os adultos, mas principalmente as crianças, que são mais sensíveis.
Precisamos dar um basta nisso e depende das autoridades constituídas combater rigorosamente o desmatamento, a invasão de terras com exploração de garimpos clandestinos nas reservas indígenas. A preservação e a manutenção das nossas florestas e mananciais requer o esforço de todos nós e insisto, não existe Planeta “B”.