Itu se prepara para sediar festival literário inspirado na FLIP

Sol Andreazza, Nanda Vaz e Paulo Stucchi estão à frente de projeto que promete agitar a cultura de Itu e região (Foto: Daniel Nápoli)

A FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) é um festival literário lançado em 2003 e é realizado anualmente na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, e é considerado um dos principais festivais literários do Brasil e da América do Sul. É com inspiração no evento que Paulo Stucchi, Nanda Vaz e Sol Andreazza idealizaram juntos a FLIC (Feira Literária e Cultural de Itu), prevista para ocorrer entre 19 e 22 de maio do ano que vem e que terá como homenageada Pagu, remetendo à realização da Semana de Arte Moderna de 1922.

Tal referência se dá devido à disruptura causada pelos modernistas, da mesma forma que, pretende-se, criar um novo evento literário-cultural para a cidade e, assim, transformá-la em polo artístico também na região. A proposta do evento é a ocupação real do eixo histórico de Itu por artistas de diferentes áreas, servindo como vitrine para manifestações artísticas e culturais verdadeiramente populares, sobretudo para aqueles que não teriam outro espaço formal de atuação.

A proposta é que a FLIC seja realizada em três eixos de ocupação do Centro Histórico, com exposições de livros a partir do convite a uma livraria que levará seu acervo. A exposição também abrirá espaço para sebos e produtores independentes de fanzines, entre outras atrações artísticas. O evento também contará com oficinas e outras atrações paralelas.

O projeto foi idealizado pelo jornalista, escritor e psicanalista Paulo Stucchi há dez anos. “Acho que Itu tem um potencial histórico até maior que Paraty. Ao longo de 2019 fiz lançamentos em cidades que não têm a história que Itu tem e fizeram eventos literários. É possível fazer. Decidimos fazer esse projeto com ou sem iniciativa do governo. Esse projeto está sendo feito ‘na unha’. Vamos trazer autores premiados”. “O sonho é que a partir desse evento Itu entre no mapa dos eventos literários de médio porte”, destaca Stucchi.

O autor faz questão de explicar que a proposta da FLIC não é rivalizar ou desmerecer o Festival de Artes. “A Maitê [Velho, secretária municipal de Cultura e Patrimônio] está fazendo um belíssimo trabalho, de resgate. A tendência é que as coisas se fundam, em um grande evento. A Prefeitura abriu as portas, foi super receptiva, tanto que já tem apalavrado com a gente as oficinas acontecerem no CILA. A Secretaria de Turismo abriu as portas para a gente também”.

Formada em marketing, Nanda Vaz frisa que a feira é um evento colaborativo e que ela “existe a partir de centenas de mãos, porque a concepção é do Paulo, mas logo que a gente buscou o primeiro contato ficou um pouco maior e a cada reunião que a gente tinha para falar sobre nosso projeto, ele ficava um pouco maior”. “O tamanho do evento depende do tamanho do apoio que a gente irá receber”, acrescenta Nanda.

Sobre a diversidade do evento, Sol Andreazza, que é a responsável pela produção, oficinas de teatro e música, reforça. “Vai ter um espaço para um evento mais ‘quadrado’, mas a gente quer muita novidade, inovar o público, a gente quer que as pessoas venham por outras razões, não só o livro”.

A organizadora destaca ainda que a Flic acaba sendo um evento que “soma e que tem o pessoal que sempre produziu, culturas diversificadas, menos tradicionais, com diferentes linguagens e isso soma, então a nossa ideia não é combater ou excluir, é somar. Do tradicional até linguagens mais ‘alternativas’”, conclui.

Interessados em colaborar com o projeto, seja para investimentos ou para integrá-lo artisticamente, podem entrar em contato por meio do e-mail flic.itu@gmail.com ou pelo telefone (11) 93225-0873 (Sol Andreazza).