Com menor número de inscritos em 16 anos, Enem 2021 começa neste domingo

Neste primeiro dia do exame serão aplicadas questões de Ciências Humanas, além da redação (Foto: Divulgação)

Neste domingo (21) acontece o primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021.São 3.109.762  de pessoas inscritas para a realização da prova. É o menor número já registrado de inscritos desde 2005. Em Itu, milhares de pessoas estão inscritas para o exame. Assim como nos últimos anos, na cidade, o local de prova é o CEUNSP.

Neste primeiro dia do exame serão aplicadas questões de Ciências Humanas e Suas Tecnologias, Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias e Redação. Já no dia (28) serão aplicadas questões referentes a Matemática, Códigos e Suas Tecnologias, e Ciências da Natureza e Suas Tecnologias.  

No primeiro domingo os candidatos têm 5h30 para responder às questões e fazer a redação. No segundo domingo, a duração é de 5 horas. Lembrando que os portões serão abertos às 12h e fechados às 13h, com a prova tendo início às 13h30 com o horário limite para o término no primeiro dia, às 19h, enquanto no dia 28, será às 18h30 o horário limite.

​ No dia do exame, o candidato terá de utilizar obrigatoriamente a máscara e levar para o local de prova um documento oficial com foto; caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente; cartão de confirmação (recomendado), que possui número de inscrição, a data, a hora e o local de realização do exame, a solicitação de atendimento especializado e o nome social, caso solicitado e aprovado.

Também é recomendado o candidato levar um lanche e água, além de máscara e álcool em gel, mesmo esse devendo ser disponibilizado em todas as salas, pela organização do Enem.   

Recomenda-se que o candidato leve a menor quantidade de objetos possíveis. Equipamentos eletrônicos deverão ser guardados no porta-objetos desligados (caso toque durante a aplicação, o participante estará automaticamente eliminado).

Dicas

A reportagem conversou com o professor de geografia Murilo Rogério Rodrigues, do Colégio Divino Salvador de Itu, que deu dicas para os estudantes terem um bom desempenho no Enem. “O candidato precisa ter um psicológico bom, descansar nos dias anteriores mentalmente e fisicamente, dormir bem, se possível acordar tarde, evitar sair à noite. No dia do exame ter uma alimentação boa, saudável, não uma alimentação fraca”, destaca. Para Murilo, com relação a prova em si, “principalmente no primeiro dia, exige muita interpretação de texto, muita leitura, interpretação de gráfico, tabela, mapa, tem uma exigência grande inclusive mental, por parte do candidato.”

Claire Quirino, professora de Língua Portuguesa – Gramática e Produção de Textos do Colégio Almeida Júnior, também orienta. “Uma boa dica é resolver as provas de anos anteriores, disponíveis no site do INEP (https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/enem/provas-e-gabaritos).”

“Para elaborar uma boa redação, é importante conhecer as competências avaliadas na prova. As propostas solicitam sempre a construção de um texto dissertativo argumentativo. Além disso, é preciso apresentar uma proposta de intervenção atrelada aos problemas apontados ao longo do texto, sempre conectando os períodos e os parágrafos com recursos coesivos que contribuam para a estruturação lógica das ideias”, acrescenta Claire.

Mudanças?

Na última segunda-feira (15), o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), disse que as questões do Enem começavam a ter a “cara do governo”. Diante de sua fala, o JP questionou o professor Murilo sobre o que poderia ser essa “cara do governo”.

O educador acredita que “na visão governamental, alguns vestibulares tinham algum cunho ideológico ou poderiam ter alguma conotação ideológica e o governo, está prezando por algo mais técnico, então eu acredito que a ideia seja, por parte do governo, colocar questões mais técnicas, mais práticas, que envolvam menos assuntos polêmicos como política e outros. Dessa forma que eu interpretei”, acrescenta Murilo.

“Esta é uma prova especial. A maioria dos candidatos que farão o Enem cursou grande parte do Ensino Médio de modo remoto, o que certamente lhes provoca grande insegurança neste momento. A recente declaração do presidente da República de que a prova ‘vai ter a cara do governo’ intensificou esse sentimento”, comenta Claire.

A educadora acrescenta. “A sensação é de que toda a preparação, já prejudicada pelo ensino não presencial, pode ter sido em vão. A esse panorama, somam-se os recentes pedidos de exoneração de funcionários do INEP, responsável pela prova, alegando falhas de segurança e tentativas de censura. Não se sabe se esses eventos repercutirão na prova, mas espero que a essência do exame seja mantida”, conclui Claire.