São Paulo em 22 e o paulista way of life
Por Vinicius Lummertz*
Se já seria especial antes da pandemia, 2022 aproxima-se com expectativa ampliada e um sentimento de redenção. O ano da retomada dos grandes eventos, das viagens e turismo vem repleto de simbologia e motivos para a celebração, em particular em São Paulo.
Serão três aniversários “redondos”. O de maior repercussão marcará os 200 anos da Independência do País, fato ocorrido onde hoje é o bairro do Ipiranga – mas que remete a outras cidades, como Santos, Cubatão, São Bernardo e ao Vale do Paraíba.Importante pela relação com outros países, como Portugal e Áustria – o primeiro, por motivos óbvios, e o segundo porque a Imperatriz Leopoldina, que efetivamente determinou o rompimento, nasceu em Viena. O Governo do Estado de São Paulo preparou o principal marco para o bicentenário: a reabertura em setembro do Museu do Ipiranga após um vigoroso trabalho de restauro, ampliação e modernização.
Outra aniversariante é a Semana de Arte Moderna de 1922. O centenário permeará a agenda cultural do ano. Todos os campos serão cobertos: artes visuais e plásticas, música, literatura, teatro, festivais e exposições, dança, audiovisual, design e arquitetura. O Theatro Municipal, naturalmente, será festejado e a visitação à região central da capital marcará o reencontro de moradores e turistas com o novo Vale do Anhangabaú.
O interior do estado contribuiu com expoentes para a semana de 22: a pianista Guiomar Novaes nasceu em São João da Boa Vista, o poeta Guilherme de Almeida, em Campinas, Inácio da Costa Ferreira, em Rio Claro, e Hildegardo Leão Velloso,em Palmares Paulista.
Em 2022 haverá também os 90 anos da Revolução Constitucionalista de 32, a última guerra civil travada em território nacional. Marcos fazem parte da rotina da capital: avenidas 9 de Julho e 23 de Maio, Obelisco do Ibirapuera e o aeroporto Campo de Marte são alguns. Há lembranças, eventualmente cicatrizes, pelo interior do Estado, como o bunker recuperado em Mogi Mirim, o túnel ferroviário da Mantiqueira e a Garganta do Embaú, entre Cruzeiro e a mineira Passa Quatro, ou o Mirante da Revolução de 32, no Morro Frio, em Areias.
Menos histórico, mas com todos os motivos para comemorar, em 22 teremos os 50 anos do GP de Fórmula 1 no País. Tudo começou em 1972, em Interlagos. A prova foi vencida pelo argentino Carlos Reutemann, mas o título do ano ficou com o paulistano Emerson Fittipaldi –mãe russa, pai ítalo-brasileiro e, portanto, mais paulista impossível – dando início à tradição automobilística brasileira de tão boas lembranças.
Isoladas, as efemérides dizem pouco. Olhadas pela perspectiva histórica e o momento em que ser deram, impactaram no paulista way of life, o jeitão dos paulistas. O calendário de grandes eventos no Estado, em particular na capital, contará com expoentes para a recuperação do entretenimento e do turismo de negócios no ano que vem. Perto de 400 feira comerciais estão previstas, fundamentais para a hotelaria, os restaurantes e os modais de transportes. O mesmo vale para shows, festivais de música e outras atrações culturais. Esta variedade de motivos para viajar é a base para os milhões de deslocamentos que acontecem todos os anos pelo Estado, energizando a economia e gerando empregos.
*É secretário de Turismo e Viagens do Estado de SP.