Espetáculo “Como se Fosse” é destaque no Teatro do Sesc Sorocaba

Peça narra a história de duas mulheres separadas temporalmente e espacialmente por dezoito anos (Foto: Maycon Soldan/Divulgação)

O Teatro do Sesc Sorocaba apresenta no sábado (12), às 20h, o espetáculo “Como se Fosse”, do Grupo Matula Teatro. Criado a partir do texto “Como si Fuera esta Noche”, da dramaturga espanhola Gracia Morales e com direção de Verônica Fabrini, a peça narra a história de duas mulheres separadas temporalmente e espacialmente por dezoito anos. Uma delas conversa com a filha, menina que brinca entre as costuras da mãe. A outra está à espera de alguém que vai chegar e, enquanto isso, ensaia com um gravador as palavras que serão ditas. 

Aos poucos, dos silêncios, emerge uma história de violência como muitas outras, alternando divergência e carinho, palavras rudes e atos de amor. Esse movimento – aparentemente circular – se revela na verdade uma espiral, em que a intensidade da violência vai lentamente galgando patamares mais altos.

Segundo a autora, essa dramaturgia sustenta-se sobretudo no desejo e na memória, colocando em um espaço comum duas mulheres separadas por uma barreira temporal de dezoito anos. O texto aborda com delicadeza uma história que poderia ter saído das páginas de um jornal, trazendo um dos muitos casos de violência que lemos diariamente. No entanto, a opção da autora é por tratar o tema em sua ‘complexa cotidianidade, sem desenhar “heróis” nem “carrascos”, incluindo momentos de lirismo no improvável diálogo entre mãe e filha, fazendo emergir dos silêncios as palavras tantas vezes não ditas’.

Os ingressos para o espetáculo custam R$15,00 (credencial plena, aposentado, pessoa com mais de 60 anos, acompanhante de pessoa com deficiência, estudante e servidor de escola pública com comprovante) e R$ 30,00 (inteira). As vendas já estão disponíveis on-line e na Central de Atendimento. Classificação 14 anos. 

O Grupo Matula Teatro é um coletivo de artistas que, junto a outras referências teatrais, integra a cena artística de Campinas, região de considerada efervescência cultural do interior paulista. Realiza, desde 2000, atividades fundamentadas no trabalho do ator que incluem diversos aspectos do fazer teatral: criação e circulação de espetáculos, ações formativas de curta e média duração e gestão do Espaço Cultural Rosa dos Ventos, sede do grupo.

Para as criações artísticas o grupo já teve como inspiração o contato com população de rua, mulheres que vivem em assentamentos rurais, famílias de pequenos circos e refugiados saharauis, que resultaram em espetáculos com dramaturgias inéditas. A interface com a literatura também referência criações que tiveram como ponto de partida a adaptação de contos de Hilda Hilst, Mia Couto e Júlio Cortázar.