Espaço Acadil: Bailes, conversas e madrugadas
Poeta Sidarta Martins
Cadeira nº 20 I Patrono Luiz Silveira Moraes
Saudade infinita dos bailes
Dos bailes, das conversas e das madrugadas
Madrugadas de risos, de cantorias, de danças na calçada
Madrugadas alegres, tocando a alma
Saudade infinita!
De um tempo que se foi, das conversas que se foram
Das voltas, dos passos, dos compassos, dos abraços
Saudade de um tempo dourado, de amor, de calor, de amizade
Saudade da espera
Da espera pelas sextas
Aquelas sextas de amor, de calor, de aconchego
Saudades!
Daquela imensa amizade, da imensa alegria, da alegria da espera
A doce espera pelos bailes encantados, pelos encontros…
Os afagos e a dança na rua.
Tudo se foi!
Se foram os bailes, aqueles bailes,
Se foram as sextas, aquelas sextas
Se foram as conversas, tão profundas
Nas idas e nas voltas…
Tudo se foi, como tudo se vai
Se foi o tempo dourado, a amizade tão pura, singela
E o café também se foi
O café charmoso da Real!
E a espera…
– Até a espera se foi!
Como tudo precisa ir, para que venha o novo
Para que venham outros bailes
Outros salões, outras conversas
Outras padarias na madrugada, outros encontros
Tudo se foi, mas ficou a saudade
Saudade infinita de um tempo encantado
Encantando a alma da gente
Um tempo tão doce, doce como mel
Um tempo dourado, dourado como a luz do sol
Que nos esperava a cada madrugada
Dando as boas vindas para um novo dia
Tudo se foi, e ficou a esperança
Esperança de um novo baile
Que novamente nos encante a alma
De um novo tempo, que nos mostre o futuro
De novos lugares, que nos mostrem o novo
De novos pares, que nos ensinem novos passos
De novas conversas
Que nos mostrem outros horizontes
E nos guiem por novos caminhos, para novos cafés
Com outros aromas, com outros perfumes e outros sabores
Ficou a esperança, sim, ficou a esperança
Mas… ficou a saudade, uma imensa saudade!