Cinerama: O Livro dos Prazeres
Drama, 2020
Direção: Marcela Lordy | Duração: 1h39 | Classificação indicativa: 16 anos
Nota: ★★★
Lóri (Simone Spoladore) é uma mulher melancólica e reservada, professora do ensino fundamental, que tem uma rotina monótona entre as tarefas da escola e relacionamentos furtivos, evidenciando sua dificuldade em construir relações com afeto.
Ela herda a personalidade de sua mãe, que acabara de falecer e deixa a ela um apartamento à beira-mar. Num acaso, ela conhece Ulisses (Javier Drolas), um reconhecido professor de filosofia, argentino egocêntrico e provocador, mas que ainda não entendeu nada sobre as mulheres. É com ele que Lóri começa a aprender a amar e passa a enfrentar sua própria solidão.
Livremente baseado na obra “Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres”, de Clarice Lispector, o filme dirigido por Marcela Lordy dialoga, obviamente, bem mais com esse público, sendo o filme ideal para a próxima edição do projeto “Assista Mulheres”, no Topázio Cinemas, na próxima terça-feira (18). Porque, mais do que dirigido e protagonizado por mulheres – e Spoladore é a Lóri perfeita –, o filme carrega uma grande carga de existencialismo e reflexões sobre ser mulher nos dias de hoje, sendo tão reflexivo quanto às obras de Clarice. carrega uma grande carga de existencialismo e reflexões sobre ser mulher nos dias de hoje
Com atuações contundentes e sem pudores, “O Livro dos Prazeres” esbarra em suas claras limitações orçamentárias (achei a edição de som bem ruim), mas é potente em transmitir sua mensagem e, mais do que isso, suas emoções. Vale a pena conferir e refletir.