Outras comunidades acompanham e torcem em Itu

Joitiro Abe, 74 anos

Conforme todas as cidades brasileiras, Itu concentra bom número de estrangeiros imigrantes ou descendentes que, nesta época, inevitavelmente, acompanham a Copa do Mundo e, evidentemente, torcem, alguns com o coração dividido.

Joitiro Abe, 74 anos, aposentado, é um dos ícones da comunidade japonesa em Itu. Quando jovem, teve ativa vida estudantil e profissional, tendo sido um dos fundadores do Periscópio. Ele disse que para acompanhar os jogos do Japão e mesmo do Brasil nesta Copa, “nós temos o nosso clube – ACENDI (Associação Cultural e Esportiva Nikkey de Itu) – no bairro São Luiz, mas os sócios preferem assistir em casa mesmo”.

Abe completa dizendo que “é claro que também torcemos pelo Brasil, mas a vitória do Japão sobre a Alemanha surpreendeu. Foi como se tivessem ganho a Copa. Se desse uma final Brasil e Japão, aí a coisa ia complicar”, encerra sorrindo.

Vincent Menu, 51 anos e seu filho Felipe

A comunidade francesa também tem seu representante na cidade, com a família de Vincent Menu, 51 anos, engenheiro, cujos pais são franceses. “Desde pequeno eu e minha irmã torcemos pelo Brasil e meus pais pela França. Só que o histórico em Copas no confronto não é favorável para o Brasil. Pelas Copas que eu me lembro, em 1986 [empate e derrota nos penais], 1998 e 2006 o Brasil perdeu, então somos fregueses da França”.

Vincent lembra que o coração fica dividido. “Na última Copa o meu filho Felipe até torceu mais para a França, porque ele curte essa coisa de ser francês, embora nunca tenha morado lá, mas eu acabo torcendo mais para o Brasil. Mas neste ano fui assistir a um jogo da França na casa de um amigo francês. Eu e Felipe fomos com a camisa da França e torcemos bastante, mas foi mais pela festa mesmo”.

Paulo, 32 anos

Família numerosa e muito unida, os Sorrentino torcem desesperadamente pela Argentina. Desde os pais Antonio Carlos (brasileiro, mas que morou anos na Argentina) e Silvina, passando pelos filhos Paulo, Federico, Ariel, Cindy e Jacqueline, todos são fanáticos pelos “hermanos”.

É tão contagiante a alegria e a simpatia que os norteia, que os brasileiros que acabam sendo agregados à família e os muitos amigos acabam vibrando junto. Paulo diz que “juntamos a família e recebemos cunhado e cunhada. Acabamos tirando sarro um do outro independente se o jogo for da Argentina ou do Brasil”.

Para ele Brasil e Argentina podem se encontrar na semifinal. “Eu acho que não apenas nós, mas o mundo pararia para ver um jogo desses. Principalmente nós iríamos a óbito”, finaliza, gargalhando.  

Mas embora a Copa seja um evento que acaba mobilizando muita gente, não são todos, evidentemente, que abraçam essa ideia. Ligado à comunidade alemã, Norberto Dammroze, 70 anos, aposentado, mas que faz assessoria à empresa, é muito claro em sua declaração. “Não torço para a Alemanha e não faço questão da seleção brasileira. Estamos num momento em que precisamos nos unir pelo Brasil e não por uma seleção”.