Dois meses depois, manifestação em frente ao Quartel esvazia

Ato em frente ao Quartel foi esvaziado, com barracas desarmadas. Porém, um grupo segue protestando (Foto: Daniel Nápoli)

O ano de 2023 chegou alterando a paisagem na Praça Duque de Caxias, em frente ao Regimento Deodoro (Quartel de Itu).  Após 62 dias, o acampamento bolsonarista iniciado em 31 de outubro do ano passado, contando com a participação de moradores de diversas cidades da região, foi “esvaziado”.

A manifestação que pede “intervenção federal” e “socorro às Forças Armadas” teve início após os resultados das eleições de outubro, que apontaram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tomou posse no último domingo (1º) para seu terceiro mandato como presidente da República.

Quem trafegava pelas imediações da Praça Duque de Caxias nos últimos meses podia ver um grande acampamento no espaço, além de faixas e realizações de discursos por parte dos integrantes do ato.

“Virou o ano” e o acampamento foi desfeito, porém as manifestações não se encerraram por completo. Na tarde de segunda-feira (02), a reportagem do Periscópio esteve no local e constatou que pelo menos um grupo de dez pessoas prosseguia com os atos, acompanhados da Bandeira Nacional.

De acordo com os manifestantes que não quiserem se identificar, eles prosseguirão ali até “o [ex] presidente Jair Bolsonaro falar ‘acabou’ ou as Forças Armadas tomarem uma providência. Continuaremos na luta, com muita fé. Enquanto alguns zombam, seguiremos na fé, como Noé, que foi zombado quando começou a construir a arca. O dilúvio veio, mas ele acreditou”, acrescentou o manifestante, se referindo à passagem bíblica.

Relembre o ato

As manifestações iniciadas um dia após a eleição ganharam corpo em 15 de novembro, no feriado da Proclamação da República. Quatro dias antes, em 11 de novembro, uma operação de fiscalização foi realizada pela Guarda Civil Municipal.

Na oportunidade, de acordo com a administração municipal, foram encontradas três ligações clandestinas de energia elétrica, entre outras irregularidades. Porém, o ato continuou, com os manifestantes acampando na praça.

Semanas, depois, na tarde de 30 de novembro, a Guarda Civil Municipal esteve novamente no local. De acordo com a Prefeitura de Itu, a ida da GCM à praça se tratou de uma determinação do Ministério Público, em cumprimento de um ofício expedido pelo 2º Promotor de Justiça de Itu, Amauri Chaves Arfelli.

Uma vez que a operação deflagrada pela Prefeitura foi motivada por denúncias de irregularidades apontadas por moradores, a reportagem também esteve em contato com os residentes nas imediações da Praça Duque de Caxias para saber como está a atual situação.

Um dos moradores, que não quis se identificar, disse que até o dia 15 de novembro havia muito “buzinaço” e som alto, não respeitando o horário. A situação melhorou após a fiscalização, porém muitos moradores ainda se queixavam de problemas, como falta de vagas de estacionamento.