Uma história de amor com arte em Itu
Neste sábado (15), comemora-se o dia Mundial do Desenhista. A data é celebrada em homenagem ao nascimento de um dos maiores artistas de todos os tempos: Leonardo da Vinci (1452-1519). A comemoração foi instituída pela primeira vez em 2011 e é uma iniciativa da Associação Internacional de Artes – IAA.
Existem diversos estilos de desenho, como caricatura, mangá, cartoon, esboço ou sketch, grafite, xilogravura, realismo e abstrato. Ao longo dos anos, as técnicas vão se aperfeiçoando e novas manifestações artísticas surgem, como é o caso da arte digital. No Brasil, destacam-se entre desenhistas os nomes de Carybé, Ziraldo, Mauricio de Sousa, Henfil, Daniel Azulay, Laerte e Érica Awano.
Marcando a data, nesta semana, o Periscópio conversou com o artista plástico, professor e palestrante Luciano Luz. Amante do desenho clássico, ele conheceu o estilo ainda na adolescência. “Na época, quando tinha uns 14, 15 anos, o grupo A-ha fez um clipe com a música ‘Take on me’, com um personagem que entra dentro de uma história em quadrinho e se transforma em desenho, junto com a namorada. Achei aquele efeito, preto em branco feito a lápis, incrível. Ali foi o ponto de partida”.
À reportagem, Luciano fala sobre a importância do desenho. “O lápis se confunde com a importância da história da humanidade, porque desde o início as primeiras construções dentro da arqueologia, que são as pirâmides, o tempos, os teatro, tudo foi desenhado e as primeiras escritas também eram desenhadas através de hieróglifos”.
“Quando falamos de desenho, estamos falando da palavra traço, o traço é riscar, delinear. Não estamos falando de luz e sombra e nem de dar movimento de dar profundidade onde as artes plásticas entram com esse conhecimento mais a frente.Quando falamos de desenho estamos falando só de linhas e esse projeto de linhas são muito antigos e tudo a nossa volta é desenhável”, explana o artista.
“Se pararmos para pensar a importância do desenho para a sociedade, para a humanidade talvez seja o recurso mais importante que existe.As notas músicas são desenhadas, tudo é desenhado, tudo tem forma geométrica, tudo tem linha, é uma regra matemática, como se Deus tivesse criado isso mesmo”, destaca Luciano.
Para Luz, é por meio do lápis que se estuda a arte de verdade. “Pela ponta ser muito fina e seu contato ser muito íntimo com o material, você estuda ali todas as performances de profundidade, luz e sombra . Todo projeto da imagem desenhada e lustrada, nas academias de artes são feitas com lápis”.
O artista acredita após a virada do Século XIX para o XX, a perda das academias de artes, fez com que o desenho clássico fosse impactado. “Meu objetivo trazer isso novamente, fazer com que as pessoas entendam a importância do lápis, o efeito que ele causa que é tão plástico quanto a tinta e ele é o campo principal de estudo até para o pintor e o escultor, que precisam da informação do lápis”.
“Por isso ter se perdido, são pouquíssimas pessoas que trabalham com o lápis, com desenho e estudam isso para levar para o campo plástico, onde entre a categoria desenho clássico, se torna uma categoria mais rara de se ver”, acrescenta.
Professor na Escola Municipal de Iniciação Artística, da Prefeitura de Itu (situada na Casa da Praça, no Centro de Itu) , Luz também dá aulas particulares em seu ateliê, atendendo nesta dupla jornada mais de 100 alunos por semana.
“No passado, meio que estava sozinho nisso. Quando eu era adolescente não havia escola para desenho clássico. Agora, virou até uma novidade para muitas pessoas. É algo querido pelas pessoas”, comenta o artista.
Exposição
Originalmente com prazo de encerramento para terça-feira (18), foi estendida por tempo indeterminado, no Confrades Bar, a exposição “Luz, Lápis, Ação”, de autoria do artista plástico, Luciano Luz. A mostra, de abril, conta com obras em Art Pop e desenho clássico.
“A ideia é homenagear grandes cantores e compositores”, explica Luciano. O Confrades Bar está localizado na Rua Padre Bartolomeu Tadei, 47, Centro, Itu.