Professor de Itu leva reflexão sobre ‘modernidade líquida’ às salas de aulas
O professor de arte da Escola Estadual “Professor Pery Guarany Blackman”, Carlos Roberto Dutra Junior, de 31 anos de idade, trouxe o filósofo polonês Zygmunt Bauman para a sala de aula em Itu. Autor do livro “Modernidade Líquida”, termo também cunhado por ele, o trabalho do polonês, presente no Currículo Paulista, serviu de inspiração para a criação de uma intervenção artística instalada na escola pelos estudantes do Ensino Médio.
O cubo híbrido criado pelos alunos orientados pelo professor projeta imagens e sons com temas ligados à contemporaneidade. “O termo modernidade líquida nasceu com o fim da Segunda Guerra Mundial, que empurrou os países rumo a novos modelos políticos, econômicos e culturais de desenvolvimento. Segundo Bauman, as relações humanas nesta nova era transbordam, são maleáveis e fugazes como um líquido e foi assim que começamos a discutir isso dentro de sala de aula, apoiados pelo Currículo Paulista”, lembra o professor.
A materialização do assunto se voltou para a figura de um cubo de três metros feito de canos de PVC e quatro telas para projeção. No interior, quatro projetores reproduzem imagens e sons em uma narrativa não linear. “A ideia nunca foi criar um cubo, exatamente, mas sim trabalhar em conjunto o que é efemeridade, sobretudo quando falamos de arte”, explica o professor.
Para dar forma à proposta, os alunos se dedicaram à pesquisa de assuntos que conversassem com o tema, a exemplo de episódios importantes da história humana, o avanço tecnológico, as relações pessoais e midiáticas, além de temas mais subjetivos, como o amor.
Cerca de 250 alunos assistiram à exposição da obra, que despertou diferentes interpretações entre eles. “Definitivamente existiu um conflito, e isso é suficiente para que o aluno passe a refletir sobre o assunto. Houve quem não entendeu o conjunto da obra, mas identificou um símbolo, por exemplo”, explica Carlos, que atribui a tradição artística da escola estadual como fundamental para a boa receptividade da obra.
“Fiquei com um sentimento de gratidão ao ofício. Há muito tempo me vejo na figura de um mediador, que auxilia os estudantes na condução das suas atividades e projetos. Isso me traz muitos retornos ao longo do processo, pois passo a presenciar estudantes completamente protagonistas, que são observadores, pesquisam e que comunicam as suas ideias”, reflete.
Amei a proposta, e o engajamento que proporciona tanto para os alunos quanto para a escola. Meus parabéns ao professor Júnior e toda a escola.
Matéria sem consistência, ao realizar a abordagem totalmente imagética o jornal precisa mostrar o que esta sendo dito? o cubo cadê ???