Casos de violência doméstica aumentaram em Itu
No último final de semana, repercutiu em todo o Brasil o caso de violência doméstica tendo como vítima a apresentadora e modelo Ana Hickmann, na cidade de Itu. Além deste caso, chama a atenção a quantidade de ocorrências do gênero registradas no município, com muitas delas sendo divulgadas ao longo das últimas semanas pelo JP.
Nossa reportagem esteve em contato com a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) para saber a respeito do número de ocorrências de violência doméstica registradas em Itu. No ano passado, foram registradas 459 ocorrências do gênero, com 51 prisões em flagrante.
Em 2023, até o dia 31 de outubro, data do último levantamento feito pela DDM, foram registradas 508 ocorrências do gênero, com 54 prisões em flagrante. Ou seja, faltando dois meses para computar, 2023 já superou de longe 2022 nos casos de violência doméstica.
Diante dos números acima, o JP conversou com a advogada Dra. Daniela de Grazia Faria Peres, presidente da Comissão das Mulheres Advogadas da OAB-Itu e membro do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Itu, que analisou os números de violência doméstica registrados na cidade e os trabalhos realizados para minimizá-los.
“A violência doméstica é um problema de toda a sociedade. A OAB-Itu, através da Comissão das Mulheres Advogadas e Comissão de Direitos Humanos, em parceria com o CEUNSP e a Vara da Violência Doméstica, criou o Projeto OLHE, que realiza oficinas de orientação jurídica e psicológica às vítimas de violência doméstica e agressores, além de divulgar serviços de atendimento à mulher”, comenta a advogada.
Dra. Daniela acrescenta que são recebidos aproximadamente 30 processos por mês com medidas protetivas deferidas. “Acredito que este número reflete não só o alto número de casos em Itu, mas também o encorajamento das vítimas em denunciar seus agressores mesmo que ainda existam muitos casos não denunciados que ficam à margem das estatísticas”, destaca a profissional.
A advogada explica ainda que a “luta contra a violência doméstica é responsabilidade de toda a sociedade: exige educação, conscientização e fortalecimento das instituições para acolher a mulher nas Delegacias, Fóruns, Unidades de Saúde e OAB, que são portas de entrada destas denúncias”. “Reconhecer o abuso é o primeiro passo para perceber que o culpado pela violência é sempre o agressor e nunca a vítima. O silêncio pode ser fatal. Denuncie”, conclui Dra. Daniela.