Espaço Acadil: Dia da Mulher… mas de qual mulher?
“Cresce número de processos de feminicídio e de violência doméstica ” (FSP)
“Desigualdade diminui 1 ponto, mas mulher ainda ganha 20,5% menos que homem…” (FSP)
“Mulheres morrem mais por agressão que por câncer, em 12 cidades do país” (Net)
A única forma de homenagem que nós, homens de verdade, podemos prestar às mulheres, é denunciando a sacanagem, a exploração e a agressão que sofrem, em nosso país e no mundo todo. (Sid Poeta)
Dia da Mulher…
Hoje é dia da mulher. Mas… Só hoje?
De qual mulher?
Da mulher amada e respeitada, bem cuidada
Ou da mulher maltratada e explorada?
De qual mulher?
Da mãe que tem ajuda e apoio
Ou da mãe sacaneada dia após dia
Serviçal em todos os dias do ano, e o ano todo?
Dia da companheira de todas as horas
Compreendida e apoiada em seus sonhos mais profundos
Ou mãe, avó, bisavó, lavadeira e passadeira
Servente explorada até a última gota de suor?
Da mulher que tem seu tempo e é respeitada no seu tempo
Ou da mulher-máquina, sem tempo e sem descanso
Sol a sol, dia após dia
Sem sábado ou domingo, feriado ou dia santo?
Por todos os santos!
De que dia estamos falando, e de qual mulher estamos falando?
Daquela profissional admirada e respeitada
Ou da mulher “pau pra toda obra”
Sem reconhecimento e sem empoderamento
Ganhando menos e fazendo muito mais?
“Você é top!” “Você é muito capaz! “Se os homens fossem iguais a você!”
– O jeitinho sacana e malandro, a forma perfeita da exploração!
De quem estamos falando?
Da mulher protegida, cheia de vida, que pode sonhar
Ou da mulher esquecida, com frio, desaquecida e oprimida
Vítima de gracinhas e outros quetais
Abandonada em seus sonhos mais profundos
Em nossas casas, em nossas empresas
Em nosso pontos de ônibus, em nossos metrôs
Em nossas cidades?!
Dia da mulher!
Neste dia, e em todos os outros do ano, quero falar de todas as mulheres
Das brasileiras bem amadas e resolvidas e das brasileiras assassinadas, abandonadas
Largadas nas sarjetas à margem da própria sorte
Quero falar das mulheres mutiladas por falsas crenças
Quero falar das exploradas, das sacaneadas, das maltratadas
Das mães amadas e das mães escravas de filhos machistas
Retratos de pais incompetentes…
Quero falar da mulher amada…Mas quero falar da maioria…
Daquelas assassinadas dia a dia, em vida
Em uma vida que não as reconhece
Abandonadas à própria sorte!
Desrespeitadas por um poder público
E por um público que as esquece…
Poeta Sidarta Martins
Cadeira nº 20 I Patrono Luiz da Silveira Moraes
Essas são as mil faces de uma mulher, mesmo com tanta desigualdade, preconceito, exploração, falta de respeito, não deixa um minuto de ser Mulher Guerreira e respeitosa.