Tradição centenária, “Queima do Judas” segue como atração turística
Como já é tradição, neste Domingo de Páscoa, milhares de pessoas, entre ituanos e turistas de todos os locais do Brasil, estarão reunidos na Praça Padre Miguel (Matriz) quando exatamente ao meio-dia acontecerá a esperada “Queima do Judas”. Neste ano, será realizado no domingo (31).
Segundo a Prefeitura, o evento tem quase 150 anos e difere-se da “Malhação de Judas” que acontece em todo o Brasil por alguns aspectos. Geralmente a malhação ocorre no Sábado de Aleluia e um boneco caracterizado de Judas é malhado geralmente a golpes de pau.
Em Itu o evento ocorre no Domingo de Páscoa e o público participa apenas assistindo. Há dois bonecos, um representando Judas, que segura um saquinho com 30 moedas, e outro o Capeta. Até antes da pandemia os bonecos acabavam – com toda a segurança – sendo explodidos por bombas.
Agora, com a lei estadual que proíbe a soltura de fogos de artifício com estampido, o “estouro” acabou transformando-se em “queima”, mantendo, porém, toda a segurança. O evento já faz parte até do Guinness Book – o Livro dos Recordes.
História – Ainda segundo a Prefeitura, o Judas em Itu tem sua origem em fatos desencontrados e sem confirmação, partindo do final do Século XIX, 1892 ou 1895, criado por um artista pirotécnico. Mais recentemente, uma pessoa que notabilizou-se criando o Judas que vemos até hoje foi o senhor Amador Ferreira Gandra Filho, o conhecido Zico Gandra, que por muitos anos, até praticamente seu falecimento em 2010, aos 95 anos, foi o responsável pelo espetáculo. Zico Gandra assumiu o evento em 1938.
Locais – Se hoje não se imagina outro local senão o Largo da Matriz como o palco da Queima do Judas, em outros tempos houveram tentativas de levar o espetáculo para outros locais, todos sem o mesmo sucesso. Foi assim que já se viu o evento no Estádio Novelli Júnior, no estacionamento do Paço Municipal e na região do Bairro Cidade Nova.
Houve até um período em que havia três Estouros do Judas no mesmo dia. Na Praça Padre Miguel (Largo da Matriz), defronte a Igreja de São Judas Tadeu (Bairro São Judas) e na Igreja Nossa Senhora Aparecida (Estádio Wilson Bellon).
Desde sua criação até os dias atuais, várias modificações aconteceram, mas a essência continua a mesma e o encantamento que atrai milhares de ituanos e turistas segue inabalável. E a figura de Amador Ferreira Gandra Filho, o Zico Gandra, que hoje é nome de rua no Jardim Santa Rosa, tornou-se histórica.