Livro conta a contribuição de judeus para a formação do Brasil

O livro também conta a história do empresário Jacob Federmann (Foto: Divulgação)

Foi lançado no sábado (17), no Novotel Itu Golf & Resort, o livro “Imigrantes: Judeus e suas contribuições na formação do Brasil”, escrito e editado por Marcio Pitliuk, escritor que mora em Itu e é um dos maiores especialistas brasileiros no Holocausto. A publicação, que conta com fotografias de Luiz Rampazzo e Eduardo El Kobbi, foi produzida pelo Memorial da Imigração Judaica, com apoio da Lei Rouanet e de patrocinadores.

“Sou curador do Memorial da Imigração Judaica e sempre procuramos novos projetos para realizar. O Brasil é um país que deve grande parte do seu desenvolvimento aos imigrantes italianos, japoneses, espanhóis, judeus, sírios e muitos outros, que trouxeram conhecimento e tecnologias diferentes. Como o Memorial trata da comunidade judaica, o livro se baseia nesse recorte”, conta Pitliuk à reportagem do JP.

Ele elenca algumas das contribuições dos judeus para o país que são descritas no livro. “Nas atividades comerciais, podemos destacar financeira (Banco Safra e Daycoval), confecção (Cuecas Zorba e Mash), construção civil (Cyrela e Tecnisa) e papel (Suzano Feffer), como exemplos. Medicina (Manoel Hidal, criador do Hospital Israelita Albert Einstein). O jornalismo também é destacado no livro, entrevistamos Jacó Klintowitz, um dos mais importantes críticos de arte do país, e Boris Casoy”, aponta o autor.

O livro também conta a história de Jacob Federmann que foi, junto com Rosaldo Malucelli, idealizador do primeiro condomínio fechado no Brasil. A partir do Terras de São José, construíram dezenas de condomínios e abriram esse mercado para que outras empresas seguissem esse caminho. “Graças ao pioneirismo do Jacob, é que hoje existem milhares de empreendimentos desse formato no Brasil. Itu ganhou milhares de empregos e isso também ajudou a desenvolver o turismo na cidade. Além disso, Jacob Federmann foi um grande benemérito nas áreas de educação, saúde e cultura”, explica Pitliuk.

Federmann faleceu em 2021, vítima da Covid-19. Mas deixou um extenso legado. “Para empreender no Brasil é preciso, mais que tudo, de coragem. Nas últimas décadas passamos por diversas crises econômicas, inflação galopante, mudanças de moedas, planos econômicos, desvalorização do Real, uma série de terremotos que exige do empreendedor muita força de vontade e coragem para prosseguir. Acredito que o imigrante, por não ter outra opção, a não ser vencer no novo país, enfrenta essas diversidades não apenas com mais coragem, mas sem outra opção. É vencer ou vencer”, afirma o escritor, que conviveu e conversou com Jacob em seus últimos anos de vida.

“A informalidade com que tratava as pessoas, o carisma, os ‘causos’ que adorava contar e, principalmente, a sua simplicidade, apesar de possuir uma grande fortuna. Suas origens judaicas estavam sempre presentes, principalmente no humor de autocomiseração, tipicamente judaico, contava os momentos de aperto que passou na vida sempre com muito humor”, finaliza Pitliuk. O livro está à venda na Livraria Atlântica do Plaza Shopping Itu.