Desabastecimento é registrado em Itu e CIS alega contaminação no Ribeirão Mombaça

Ribeirão Mombaça teria sido contaminado por detergente industrial, de acordo com a CIS (Foto: Divulgação)

Após uma semana com temperaturas elevadas e muitas queimadas – o que deixou o céu com tons de cinza e laranja na última sexta-feira (23) -, o clima esfriou com a chuva do fim de semana. Uma onda de frio tomou boa parte da região e em Itu não foi diferente, com os termômetros marcando menos de 5º C.

Nas redes sociais, porém, o clima continuou quente por conta de reclamações de falta d’água. Alguns moradores chegaram a relatar que estava há três dias sem fornecimento pela rede da CIS – Companhia Ituana de Saneamento. O assunto foi pauta de matéria até mesmo na TV Tem, que entrevistou moradores ituanos.

O bairro mais afetado foi o Parque Nossa Senhora da Candelária, que historicamente sofre nos momentos de estiagem. Bairros das adjacências, como Itaim e São José, também registraram desabastecimento. No São Luiz e Rancho Grande também houve reclamações. Outras “pontas de rede” também sofreram.

No domingo (25), o prefeito Guilherme Gazzola (PP) declarou nas redes sociais que houve uma contaminação por detergente industrial na captação do Ribeirão Mombaça. “Pode ser uma coincidência, até pode, mas na exata semana em que os testes nos permitem iniciar bombeamento da água pela nova adutora?”, questionou. No dia seguinte, Gazzola publicou uma nota em que informou que foi um final de semana “desafiador, mas cheio de avanços”.

“Colocamos o Sistema Utu-Guaçu para operar com plena capacidade, um passo importante para garantir o abastecimento de água em Itu. Porém, um contratempo fez interromper a captação de água devido à detecção de contaminação por detergente industrial no Ribeirão Mombaça. O imprevisto exigiu uma nova redução na vazão do tratamento de água na ETA Rancho Grande, que já lidava com problemas técnicos decorrentes de quedas de energia na noite anterior. Reconheço que isso resultou em desabastecimento em algumas áreas da cidade por um período maior do que o desejado”, afirmou.

Gazzola também recordou a crise hídrica de 2014, dizendo que Itu não sofre mais como naquele período, e tranquilizou a população afirmando que as obras da CIS “seguem firmes”. “A nova Estação de Tratamento de Água no Rancho Grande está quase pronta, e hoje o Sistema Utu-Guaçu está funcionando. A distribuição de água está sendo restabelecida, e em breve voltaremos à normalidade”, finalizou.

A reportagem o JP questionou a CIS sobre as informações do prefeito a respeito do Sistema Utu-Guaçu e o desabastecimento registrado. Segundo a autarquia, há autorização para captar, no máximo, 600 litros por segundo do Ribeirão Mombaça pelo DAEE (órgão regulador). “O Sistema Utu- Guaçu consegue, sozinho, enviar essa quantidade de água até a ETA Rancho Grande. As obras não foram concluídas, mas já pudemos acionar a primeira bomba e estamos utilizando a nova adutora de 22 quilômetros (de maior diâmetro). O Sistema Mombaça fica como ‘backup’”, informou.

A CIS também disse que a água do Mombaça já voltou a ser captada normalmente e que foram registradas reclamações de intermitências desde que foi anunciada a etapa final de obras do Sistema Utu-Guaçu. “Não temos registros de falta de água por mais de 48 horas consecutivas. Em algum momento, estes imóveis receberam água no cavalete. Fizemos o envio de caminhões-pipa nos locais de maior dificuldade”, informou.

Sobre as quedas de energia na ETA, a CIS disse que CPFL é responsável pelo atendimento e que há geradores em todas as captações/ETAs. “Contudo, eles atuam como paliativos. Dependendo da demora das concessionárias em fazer o reparo, os geradores não garantem a eficiência energética necessária para manter todo o sistema de captação, tratamento, e distribuição”.

Por fim, a autarquia informou que a nova ETA do Rancho Grande deve entrar em pré-operação na primeira semana de setembro e que, hoje, os mananciais da cidade de Itu operam com 60% de sua capacidade.