PF e Receita Federal combatem fraudes na importação de smartphones em Itu

Celulares apreendidos pela PF e Receita durante a operação iFraud nesta terça-feira (Foto: Divulgação/Polícia Federal)

A Polícia Federal deflagrou na terça-feira (1°) a operação iFraud, em ação conjunta com a Receita Federal, na qual foram cumpridos mandados de busca e apreensão, com o objetivo de combater a importação e o comércio fraudulento de aparelhos smartphones. Estima-se prejuízo aos cofres públicos de aproximadamente R$ 50 milhões.

Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em Itu e nas cidades paulistas de Sorocaba, São Paulo, Arujá, Guarulhos e Barueri, além de Maceió (AL). Em Itu, o alvo foi o endereço de uma pessoa física, mas que se mudou recentemente. A identidade não foi revelada.

A investigação teve início a partir de comunicação feita pela Receita Federal, que identificou um influenciador digital, conhecido como Mayke Garbo, com mais de 600 mil seguidores no Instagram, que ensinava as pessoas a importar produtos dos Estados Unidos. O método ensinado pelo influenciador, via on-line, pregava o não pagamento, total ou parcial, dos tributos devidos na importação.

Com os lucros auferidos das atividades ilícitas, o influenciador passou a ostentar em suas redes sociais uma vida com carros e mansões de luxo. Ao mesmo tempo, boa parte dos alunos e clientes tiveram suas encomendas apreendidas pela Receita Federal e inundaram os portais de defesa do consumidor com reclamações.

Além de ensinar as pessoas a cometer crimes de fraude na importação, o influenciador fornecia smartphones importados de maneira fraudulenta diretamente a clientes interessados. Para a execução dessas tarefas, ele mantinha uma rede de cúmplices, responsáveis pela importação ilícita e a distribuição dos aparelhos.

O grupo criminoso também oferecia outra opção: o cliente efetuava a compra do produto nos Estados Unidos, e o grupo providenciava a remessa ao Brasil, com nota fiscal, porém sem pagamento de taxa alfandegária. Também havia a possibilidade de que o produto fosse retirado no Paraguai.

A Receita Federal chegou a interceptar duas remessas internas desses celulares. Em ambos os casos, não foram apresentados documentos da origem lícita dos aparelhos.

A empresa identificada como distribuidora dos produtos trazidos irregularmente teve uma movimentação financeira a crédito, no ano de 2023, de R$ 45 milhões e adquiriu R$ 1,8 milhão do criptoativo Tether (USDT). Só nos primeiros 100 dias de 2024, essa empresa já tinha comercializado mais de 3 mil smartphones com valor superior a R$ 14 milhões, sem qualquer nota fiscal de entrada dessa mercadoria.

O cumprimento dos mandados de busca nesta data objetiva apreender outras evidências dos crimes cometidos, além de comprovação de possível lavagem de dinheiro e evasão de divisas, bem como a identificação de outros eventuais participantes dos crimes. Participam da operação aproximadamente 25 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal e 35 policiais federais.