Vamos falar sobre o câncer de mama?
Por Dra. Marina Arantes Pereira*
Com mais de 70 mil novos casos diagnosticados a cada ano, o câncer de mama é, hoje, o mais comum entre as mulheres brasileiras (excetuando-se o câncer de pele), e responde também pela maior mortalidade nessa população. O risco aumenta com a idade, sendo a doença mais comum a partir dos 50 anos. Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de cura, e mais simples podem ser os tratamentos adotados.
A campanha anual do Outubro Rosa, teve início nos anos 1990 em Nova Iorque, e se espalhou pelo mundo, como uma tentativa de conscientização da necessidade de prevenção e tratamento precoce da doença. As campanhas estimulam a realização do autoexame das mamas, a busca e o acesso a exame clínico anual por profissional médico treinado e, quando necessário, exames complementares, como a mamografia e o ultrassom das mamas.
As campanhas, antes de tudo, estimulam às pessoas que busquem maior conhecimento acerca do tema. Durante muito tempo, o diagnóstico do câncer de mama era tardio, pois mulheres e homens tinham receio ou vergonha de buscar ajuda (1% dos casos de câncer de mama no Brasil, ocorre no sexo masculino). Após mais de trinta anos de empenho, tornou-se mais natural o reconhecimento precoce dos sinais de alarme, e até mesmo a busca por avaliações por parte de pessoas ainda assintomáticas.
Falando em sinais de alarme, vamos recordá-los: É importante que as mulheres façam o autoexame das mamas mensalmente para que aprendam a se conhecer e, caso notem algo de diferente, busquem ajuda imediatamente. Nódulos endurecidos, aderidos (comumente indolores), nas mamas, ou nas axilas, descarga mamilar ou alteração da pele, que pode se tornar avermelhada, mais rígida e com aspecto de “casca de laranja”, são alguns dos sinais de que algo pode estar errado.
Mas e quanto à prevenção, como podemos nos proteger? A adoção de hábitos de vida saudáveis pode ajudar a reduzir a ocorrência da doença! Manter-se ativo, controlar o peso, reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas, são medidas já comprovadamente eficazes.
E o exercício ajuda mesmo? O exercício físico hoje é considerado importante em todas as etapas do tratamento do câncer de mama! Além de ajudar na prevenção, reduz a chance de a doença voltar, e diminui algumas das dificuldades comuns durante o tratamento! Menor ocorrência de depressão, menos queixa de fadiga, melhor controle de dor, e melhora da saúde óssea são alguns dos benefícios que o exercício traz nessa população.
E por fim a dúvida clássica: qual o melhor exercício? O melhor exercício é o da sua preferência, aquele que você gosta, e tem facilidade de acesso! Todos trazem benefícios! Exercícios de força protegem as articulações, fortalecem os ossos. Exercícios aeróbicos melhoram a resistência, diminuem o cansaço. Dança, Yoga, luta, melhoram a respiração, a coordenação. Todos eles melhoram a qualidade do sono, e diminuem a ansiedade! Sendo assim, basta encontrar aquele ou aqueles que te trazem alegria!! “Marombe”, pedale, corra, nade, dance, lute pela vida!!!
*Dra. Marina Arantes Pereira é Médica do Exercício e do Esporte pela UNIFESP.
Atividade física é mágica!! Previne inúmeras doenças e ajuda no tratamento de várias outras!!
Vamos nos cuidar, pessoal!!!