Itu registra aumento de casos de violência nas escolas

A cidade de Itu tem registrado um aumento de um triste caso: violência nas escolas. Entre setembro e novembro deste ano, tornaram-se públicos pelo menos quatro casos.

No dia 5 de setembro, uma aluna da Escola Estadual “Regente Feijó” agrediu uma colega de sala. Um vídeo que mostra as agressões viralizou nas redes sociais. Nas imagens foi possível ver uma das alunas agredindo uma colega de classe, a jogando contra a parede e, em seguida, a derrubando no chão com muita violência. O motivo da briga não foi revelado. A estudante agressora foi transferida da escola.

A mesma escola também esteve envolvida em outro caso de violência. No dia 18 de novembro, um aluno de 12 anos que, de acordo com seus pais, há meses vem sofrendo perseguição por colegas de sala, foi covardemente agredido quando retornava para casa.

As agressões ocorreram na Rua Lídia de Souza Gatti, no Centro. Ao todo, quatro adolescentes espancaram o menor, que sofreu diversas lesões na boca, cabeça, tórax e costas. A vítima, por questões físicas, não retornará mais às aulas neste ano e, de acordo com seus pais, estão sendo tomadas providências para sua transferência da instituição.

Ainda segundo os pais do adolescente, as perseguições estariam ocorrendo por inveja e homofobia. Os outros estudantes estariam com inveja, pois a vítima possui notas altas em todas as disciplinas e, além disso, as agressões teriam ocorrido, pois os pais do adolescente possuem uma relação homoafetiva.

Antes desse caso, em 19 de setembro, um adolescente de 15 anos, estudante do 9° ano do Ensino Fundamental, foi agredido dentro da sala de aula na Escola Estadual “Professor João Antonio Motta Navarro”, no bairro Potiguara.

Segundo relato da avó do menor na época, duas colegas de sala teriam começado a perturbar o menor e fazer insinuações e contato físico, como se quisessem fazer ciúmes para outro adolescente, que estuda na mesma sala.O outro adolescente, após diversas tentativas das meninas, teria levantado e agredido a vítima com socos, tapas e joelhadas. Ainda segundo relato da avó, o neto é perseguido por ser evangélico e por ser negro. 

O caso mais recente de violência em instituições de ensino ocorreu em frente à Escola Estadual “Cícero Siqueira Campos”, no Jardim Convenção. No dia 27 de novembro, duas estudantes da instituição entraram em luta corporal, chegando a “rolar” no meio da rua, correndo risco de atropelamento. Vídeos chegaram a circular pela internet. O motivo da briga não foi revelado.

Números e ações

De acordo com pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva e pelo Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), no ano passado, 48% dos estudantes e 19% dos professores da rede pública do Estado de São Paulo sofreram algum tipo de violência nas dependências das escolas que frequentam.

A reportagem do Periscópio esteve em contato com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc-SP), que por meio de nota ressalta que é veementemente contra qualquer agressão ou violência dentro ou fora do ambiente escolar.

“Com o propósito de promover um ambiente escolar de respeito e de cultura de paz, a pasta conta com o Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva-SP), com membros atuantes no órgão central, nas Diretorias de Ensino e nas escolas”, destaca a Seduc-SP.

A pasta reforça que, desde agosto de 2023, profissionais do programa Psicólogos nas Escolas passaram a atuar presencialmente em todas as mais de 5 mil escolas estaduais, desenvolvendo ações temáticas que atendam às necessidades de cada unidade, que podem ser por meio de rodas de conversa, projetos coletivos, jogos e outras formas que promovam a aprendizagem e o convívio.

“A Seduc-SP também atua na formação contínua dos professores para o acolhimento das demandas socioemocionais dos estudantes, bem como a participação da família na comunidade escolar. Para o atendimento às demandas que extrapolam o âmbito pedagógico, a pasta mantém contato permanente com os órgãos de proteção às crianças e adolescentes, como conselho tutelar, equipamentos de saúde e segurança pública”, conclui em nota.