Cinerama: A Garota da Agulha

Karoline (Victoria Carmen Sonne) é uma operária que luta para sobreviver em Copenhague após a Primeira Guerra Mundial. Quando se vê desempregada, abandonada e grávida, ela conhece a carismática Dagmar (Trine Dyrholm), que administra uma agência de adoção clandestina. Karoline assume o papel de ama de leite e as duas se tornam bem próximas, mas o mundo da jovem é despedaçado quando ela descobre a verdade por trás do seu trabalho.

Inspirado numa história real, “A Garota da Agulha” participou da competição principal do Festival de Cannes 2024 e agora indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional (ao lado do brasileiro “Ainda Estou Aqui” e o favorito “Emilia Pérez).

O filme provoca reflexões importantes e atuais, mesmo se passando um século atrás. Michal Dymek utiliza preto e branco bem contrastado em sua fotografia, dando ao longa dirigido por Magnus von Horn um quê de expressionismo alemão.

“A Garota da Agulha” é competente em mostrar as desigualdades entre homens e mulheres na sociedade, coisa que perdura até hoje. Usando como pano de fundo uma história real de Dagmar Overbye (mas eu recomendo que você assista sem saber muito sobre o fato real, pois essa informação pode estragar a experiência), o longa acerta em focar na história de uma personagem inventada (Karoline), se distanciando de uma cinebiografia convencional.

Victoria Carmen Sonne emprega uma força única à personagem, o que só colabora com a escolha do diretor. Não é melhor do que o filme de Walter Salles, mas traz importantes reflexões e traz momentos impressionantes. Vale a pena conferir.

Nota: ★★★★

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