Espaço Acadil | De volta para casa
Este é o título de uma crônica publicada na Revista da ACADIL de 2018, por Bernardo Campos, nosso amigo confrade, que faleceu no dia 14 de fevereiro pp., deixando à esposa Flávia, aos familiares e amigos imensa saudade. Nela o autor relata sua longa experiência profissional, iniciada em 1957, no jornal “O Trabalhador”, veiculado pela icônica indústria Cia. Fiação e Tecelagem São Pedro, onde tantos ituanos trabalharam e até aposentaram-se. De 1958 a 1963 escreveu para o “Salve Maria”, depois para a “Tribuna Ituana” e, em 1964, para a “Folha de Itu”. A seguir, convidado pelo Pároco Monsenhor Ferrarini, passou a trabalhar na redação do jornal “A Federação”, onde permaneceu de 1977 a 2013, um longo período de 36 anos. E a partir de 2018 passou a escrever uma crônica mensal para o referido periódico.
Em conversa podia-se constatar sua paixão pelo trabalho e ao jornal ao qual tanto se dedicou, principalmente ao relatar a visita à redação, em meados de 2004, de uma doutoranda piracicabana que preparava sua tese relacionada à imprensa paulista. A jovem “declarou ter vindo aqui por ter apurado que “A Federação” se constituía inserida no pequeno rol, então não mais que dez, de órgãos de imprensa centenários em todo Estado de São Paulo”. É pouco?” Palavras de Bernardo, cujos artigos semanais estiveram presentes no site itu.com.br e que descreveu sua trajetória na imprensa através do livro publicado pela Editora Ottoni em 2008 intitulado “Meio Século na Imprensa”. Algumas de suas mais de 2000 crônicas podem ser lidas em “Crônicas Esparsas”, Editora Pensamento, SP, 2018.
Ainda na mesma crônica publicada pela ACADIL, assim verbalizou sobre sua fase de cronista: “não será de meu propósito senão manter o costumeiro hábito de conduzir-me em temas livres. De todo matiz, isto é, com inserções, entre outras, no plano social, econômico, da fé cristã, popular e quantas haja, em suma no mesmo modo pelos quais sempre transitei. A linha, eminentemente caracterizada, aquela adotada pelos cronistas em geral. O dia a dia, o aqui e agora, a lembrança e a saudade do bem vivido noutros tempos, eventos de relevo e colóquios próximos e passados. A observação e acompanhamento na ocasião dos fatos, de seus efeitos e possível continuidade. Em suma, nesta modalidade de crônicas, o agora, o futuro e o passado”.
Suas crônicas e seu legado de dedicação à imprensa, amigo Bernardo, estarão eternamente conosco, não só seus parceiros confrades da Academia, ou os que lidam com comunicação, mas toda a comunidade ituana, a quem você presenteou com seus artigos.
E você, que foi muito bem recebido e acolhido por aquele que sabe que você viveu os caminhos por Ele apregoados, estará, sem dúvida, eternamente escrevendo crônicas celestiais na Casa do Pai.
Vilma Pavão Folino
Cadeira Nº 35 I Patrona Maria José de Toledo Piza