Outubro Rosa: histórias de força e recomeço 

O mês de outubro é marcado pela cor rosa, símbolo de uma das campanhas mais importantes do calendário mundial de saúde: o Outubro Rosa. Criada na década de 1990, a ação tem o objetivo de conscientizar sobre o câncer de mama, o tipo mais comum entre as mulheres, responsável por cerca de 25% dos novos casos de câncer a cada ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). 

Mais do que alertar sobre o diagnóstico precoce, a campanha também destaca a importância dos cuidados durante e após o tratamento.O movimento surgiu nos Estados Unidos, na década de 1990, e se espalhou pelo mundo com o uso do laço rosa como símbolo da luta contra o câncer de mama. No Brasil, a campanha ganhou força a partir dos anos 2000, com iluminação de prédios públicos e ações educativas.

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no país, depois do câncer de pele não melanoma. A detecção precoce aumenta significativamente as chances de cura, e os principais exames indicados são a mamografia, o autoexame e o acompanhamento médico regular.

Em Itu, duas mulheres que passaram pelo tratamento, ao Periscópio, compartilham suas experiências e falam sobre a vida após o tratamento — uma fase marcada por aprendizados, disciplina e uma nova forma de enxergar a vida.

Amanda, que esteve em tratamento 2024, afirma que a recuperação foi intensa não apenas fisicamente,
mas também emocionalmente (Foto: Arquivo pessoal)

Após passar por 16 sessões de quimioterapia e três cirurgias, em um processo que durou nove meses, a analista de vendas internas Amanda Carreri,de 32 anos, conta que hoje valoriza cada instante de forma diferente.“Antes, eu vivia no modo automático, sem notar os detalhes que realmente importam. Hoje priorizo minha saúde e celebro pequenas conquistas, como acordar e conseguir me vestir sozinha”, conta.

Amanda, que já havia relatado ao JP o início do tratamento em 2024, afirma que a recuperação foi intensa não apenas fisicamente, mas também emocionalmente. “Passar por tudo isso me fez entender o quanto o tempo é fiel e fundamental para a evolução. A frase ‘não ter saúde é o maior problema’ só fez sentido quando vivi isso na pele”, diz.

Atualmente, ela mantém uma rotina equilibrada: trabalha, cuida dos pets, aproveita a família e dedica tempo a atividades que lhe trazem prazer, como ler, ir ao cinema e estudar.

Mesmo curada, o acompanhamento médico continua: “Faço consultas e exames periódicos, além de ter muito mais disciplina com a alimentação”, explica. Amanda ressalta o papel essencial da família no processo: “Meus pais, irmãos e marido foram e continuam sendo meu maior ponto de sustentação”.

Renata segue uma rotina de cuidados que combina alimentação saudável e atividade física regular (Foto: Arquivo pessoal)

Diagnosticada em fevereiro de 2022 com câncer de mama HER2 positivo, um subtipo raro que representa entre 1% e 4% dos casos, a jornalista Renata Helena Di Paschoale Guarnieri, de 44 anos, (que também teve seu tratamento relatado pelo Periscópio) passou por quimioterapia, terapia alvo, mastectomia, radioterapia e reconstrução mamária. Durante o processo, enfrentou os efeitos colaterais conhecidos — perda de cabelo, inchaço e fadiga —, mas nunca perdeu o foco.

Hoje, Renata segue uma rotina de cuidados que combina alimentação saudável e atividade física regular. “Os médicos recomendam ao menos 150 minutos de exercício por semana. Isso é essencial para prevenir recidivas e amenizar sintomas como dores e cansaço”, destaca.

Mesmo após o tratamento, a disciplina permanece: ela realiza consultas com oncologista, mastologista, cardiologista, ginecologista e endocrinologista, além de fazer acupuntura para aliviar dores e fadiga.“É um erro pensar que, quando o cabelo cresce, tudo acabou. A vida depois do câncer é diferente. Continuam os exames, os remédios, as expectativas com os resultados”, afirma.

Cuidados 

Tanto Amanda quanto Renata reforçam que o fim do tratamento não significa o fim da jornada. O acompanhamento constante e a atenção ao corpo e à mente são fundamentais para manter a saúde e evitar recaídas.

Elas mostram que o Outubro Rosa vai além da conscientização. É sobre autocuidado, empatia e a valorização da vida em todas as suas etapas”, destaca o espírito da campanha.

Renata ainda deixa um recado importante: “Exame não é prevenção, é rastreio. A prevenção está em manter uma vida saudável, evitar ultraprocessados, bebidas alcoólicas e praticar atividades físicas. O câncer não escolhe idade nem estilo de vida — por isso, qualquer alteração deve ser avaliada o quanto antes”.

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