Todos (?) contra o mosquito da dengue

Por Ivan Valini

O assunto é chato, mas importante. A luta contra o mosquito Aedes aegypti continua! Ou ao menos, deve continuar. Como todos sabem, a dengue é transmitida por pequenos mosquitos, aparentemente insignificantes, mas que, quando unidos, derrubam seres humanos grandes e saudáveis. A doença é causada por um vírus com quatro variedades. Por isso ainda não existe uma vacina definitiva, pois não adianta imunizar uma pessoa contra um tipo de vírus, já que ela ficaria indefesa contra os outros.

A picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti é a única forma de transmissão da dengue. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções para pessoas sadias. A pessoa também não se contamina por meio de fontes de água, alimento, ou uso de objetos pessoais do doente. O Aedes é parecido com o pernilongo comum, e pode ser identificado por algumas características que o diferencia como: corpo escuro e rajado de branco e possui hábito de picar durante o dia. É originário da África Tropical característico de países com clima tropical e úmido, introduzido nas Américas durante a colonização. Atualmente, encontra-se amplamente disseminado nas Américas, Austrália, Ásia e África.

O mosquito fica onde o homem estiver, e prefere picá-lo a qualquer outra espécie e também gosta de água acumulada para colocar seus ovos. No calor, o período reprodutivo do mosquito fica mais curto e ele se reproduz com maior velocidade. Isto explica o aumento de casos de dengue no verão. As fêmeas picam depois do acasalamento, porque necessitam do sangue que contém proteínas necessárias para que os ovos se desenvolvam e assim dar sequência ao seu ciclo de vida. A fêmea do Aedes vive cerca de 30 a 45 dias e, nesse período, pode contaminar até 300 pessoas. Ela coloca durante sua vida até 450 ovos. Descobriu-se que existe a transmissão transovariana, ou seja, que a fêmea, se estiver contaminada, inocula o vírus nos ovos e os mosquitos já nascem com ele. Isso multiplica as chances de propagação. A temperatura que o mosquito gosta é de 26 a 28 graus.

O detalhe revela que os criadouros do mosquito Aedes aegypti podem estar mais ativos nesta temporada. E há um agravante: o Aedes aegypti, além da dengue, transmite também a febre chikungunya e o zika vírus, que pode provocar a microcefalia – que é a malformação do cérebro de bebês, nas mulheres grávidas. Segundo informação da Prefeitura de Itu, “não há casos de zika vírus e chikungunya registrados no município até o momento”.

Os moradores devem e precisam colaborar com os agentes de saúde nas ações contra o mosquito, permitindo que façam a devida vistoria em seus imóveis, e também, evitando contribuir com novos criadouros. Que as comunidades estejam engajadas nessa batalha, pois de nada adianta a colaboração de um morador se os seus vizinhos não se empenham em adotar as medidas necessárias

Portanto, preste atenção: O combate ao mosquito passa pela conscientização da população. É preciso criar um “exército” de moradores para eliminar possíveis focos de dengue, pois atualmente, 90% dos focos de dengue estão dentro das residências.

E deixo um aviso: Os repelentes possuem ação limitada e não eliminam o mosquito, apenas o mantém distante. É necessário eliminar os focos de criação, pois a fêmea põe os ovos em água parada. A única maneira de evitar a dengue é não deixar o mosquito nascer. Para isso, é necessário acabar com os criadouros (lugares de nascimento e desenvolvimento dele). Ou seja: não deixe a água, mesmo limpa, ficar parada em qualquer tipo de recipiente como garrafas, pneus, pratos de vasos de plantas e xaxim, bacias e copinhos descartáveis. Também não se esqueça de tapar caixas d’água, cisternas, tambores, poços e outros depósitos de água.

O governo faz a parte dele, porém a ação mais importante cabe a nós, população: vistoriando residências e terrenos; orientando parentes e amigos; ensinando as crianças e informando as autoridades sobre focos de proliferação do mosquito. Só assim, a batalha vai ser vencida e a vitória será de todos!