Festas em casa desocupada incomodam moradores da Vila Nova
De acordo com denúncia, residência é ponto de eventos regados a bebidas e drogas. Vizinhos já registraram BO, mas nada foi feito até hoje
Moradores da Rua Joaquim Bernardes Borges, no bairro Vila Nova, estão preocupados. Desde o ano passado, uma casa desocupada localizada na via, próxima ao cruzamento com a Rua Dr. Silva Castro, vem sendo sede de festas, repletas de bebidas e drogas, e que ocorrem geralmente aos sábados, adentrando a madrugada. Segundo denúncia, comerciantes das redondezas já ligaram para a Polícia Militar e para a Guarda Civil Municipal para relatar o que vem acontecendo, mas nada foi feito.
Uma moradora da área, que – temendo represálias – preferiu não se identificar, relatou ao “Periscópio” que um boletim de ocorrência foi registrado no dia 1º de fevereiro por conta do incomodo causado por essas festas. Após o BO as festas pararam por um tempo, mas depois voltaram. A denunciante relata ainda que, no sábado passado (26/03), houve uma nova festa, dessa vez com mais de 100 pessoas presentes. O evento começou às 23h e seguiu até a manhã do dia seguinte, quando foram encontrados pinos de cocaína na calçada.
Ela informou também que a via conta com câmeras de vídeo monitoramento da GCM (Guarda Civil Municipal). “Tem câmeras na rua e se as autoridades quiserem, pegam. No final de semana, nem ônibus passava na rua”, relata. A moradora ainda contou que nas redondezas moram muitos idosos, que acabam não tendo como sair no meio da noite para registrar um BO na delegacia. “Os moradores já pensaram até em fazer um abaixo-assinado, mas temem retaliações”, prosseguiu.
Os eventos – que não ocorrem com frequência determinada – são marcados pela internet. “Nas redes sociais, estão programando uma nova festa neste final de semana no local”, explica a denunciante.
GCM recebeu denúncia
A reportagem do “Periscópio” entrou em contato com a GCM, que confirmou ter recebido denúncias sobre as festas. “Pessoalmente um casal veio a sede da GCM e conversou com o Supervisor Operacional, que orientou a como proceder, sendo certo que a pessoa iria registrar um boletim de ocorrência no DP (Distrito Policial)”, afirma a nota enviada pela assessoria de imprensa da Prefeitura. O profissional então orientou o casal que, caso persista o problema, entre com uma ação na justiça contra a proprietária do imóvel. “No local citado trata-se de um imóvel cuja filha da proprietária é quem promove algumas festas com amigos. Imóvel a princípio regular, sem características de abandono”, prossegue o comunicado.
A GCM também comunicou que a câmera de vigilância localizada na Rua Joaquim Borges não registrou nenhum incidente no local e, caso registre, guardas serão deslocados para verificar o fato. A corporação informou ainda que a fiscalização da Lei do Silêncio não é de responsabilidade exclusiva dela.
“A lei do silêncio é uma norma que as pessoas buscam quando tem seu sossego alterado, normalmente é acionada a Polícia Militar, mas também algumas vezes a GCM. Chegando ao local o denunciante tem que se apresentar e acompanhar a ocorrência até o distrito policial, o que não acontece por medo de represálias do denunciado. Sendo assim a GCM registra o talão de ocorrência, orienta as partes envolvidas a tentar se entenderem e volta ao policiamento ostensivo”, afirma.
O JP também entrou em contato com a Polícia Militar, que orientou para os moradores da localidade ligarem para o 190 e registrar a queixa sem precisar se identificar.
Foto: Fernando Campos