Deficiente reclama sobre falta de ônibus adaptados no município

De acordo com senhora de 64 anos, elevadores que serviriam para facilitar a locomoção de cadeirantes em coletivo, estão quebrados

Daniel Nápoli

Muitas vezes, pessoas que não possuem limitação física, reclamam sobre as dificuldades do dia a dia, da chamada “correria”. Seja na espera pelo ônibus para se dirigir ao trabalho, escola ou faculdade, ou no aguardo de algum outro veículo que a leve para determinado compromisso.

Que isso possa ser real, ninguém dúvida, afinal minutos de atraso podem gerar outro e mais outro atraso. Agora, imagina, viver dentro deste contexto, mas com limitações físicas.

É o caso da aposentada Maria José Sampaio, 64. Cadeirante desde 1999, quando lesionou a cervical, após um acidente de moto, Zezé como prefere ser chamada, vive dias de superações. “Embora minha saúde seja limitada, sempre fui uma pessoa ativa, procuro viver sem me queixar”, comenta.

Porém de uns tempos para cá, a aposentada que também pratica esportes (arremesso de dardo e disco), vem enfrentando mais um grande obstáculo para sua locomoção. Zezé alega que os ônibus adaptados para deficientes que circulam pela cidade, não estão recebendo manutenção, o que faz de suas atividades um verdadeiro desafio. “Muitas vezes fico uma hora esperando o ônibus debaixo de um forte sol, já que os pontos não possuem coberturas. Além disso, quando passa um ônibus adaptado, este está com o elevador quebrado. Com isso, os motoristas têm um trabalho maior para me colocar e depois tirar do coletivo”, explica.

Moradora do Vila Lucinda, Sampaio que há quatro anos sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), também possui problema de baixa visão, limitando ainda mais seus afazeres. “Por mais que eu seja ativa, existem dificuldades e o que a Viação vem fazendo é um verdadeiro descaso. Não tenho nenhuma queixa para fazer dos motoristas, que me ajudam e muito, mas a empresa deixa a desejar. Muitas vezes, devido a este transtorno deixo de sair, deixo de sair porque não tenho condições de frequentar o coletivo”.

Viação
Questionada a respeito, a Viação Avante/Itu não se pronunciou sobre o caso até o fechamento desta edição.