Matheus Costa pede volta dos serviços de água e esgoto ao patrimônio público
Em palavra livre, vereador sugeriu que, após período de intervenção à concessionária Águas de Itu, Prefeitura reative o SAAE
Durante a palavra livre da sessão da última segunda-feira (25), o vereador Matheus Costa (PHS) sugeriu a volta do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) após o fim da concessão para a empresa Águas de Itu. O edil comentou sobre concessões que deram certo pelo Brasil, mas declarou que esse modelo não vingou por aqui, pedindo o retorno da autarquia que “dava lucro” ao município.
“Eu não quero demonizar as concessões de forma geral, porque tem concessão que deu certo no Brasil”, declarou o vereador, citando como exemplos o setor de telefonia e as rodovias do Estado de São Paulo. “Mas a experiência aqui na nossa cidade foi traumática, foi terrível. Por isso que nós chegamos nesse momento, de ter inclusive que fazer uma intervenção”, prosseguiu.
Matheus disse ainda que o período de intervenção municipal está acabando e que a Águas de Itu não cumpriu seus objetivos. “Foi feita uma concessão no passado com o objetivo de saldar a dívida, que era de R$ 40 milhões que a CAVO tinha deixado, e também resolver o problema de água de uma vez por todas aqui em nossa cidade. Me parece que a dívida não está sendo paga. Mas a questão da água é óbvio que não foi resolvida”, afirmou o edil.
O vereador também falou que faltou cobrança da administração passada. “O prefeito que fez a concessão acabou não exigindo o cumprimento de contrato de novos reservatórios e de tubulação e, em 2014, nós sofremos com tudo aquilo que era pra ter sido feito e não foi. Agora o abacaxi está aí e precisa ser resolvido”, comentou.
Matheus ainda falou que, antigamente, o SAAE ajudava na folha salarial da Prefeitura. “Sempre deu lucro essa empresa. No passado dava lucro, ajudava a pagar, inclusive, os salários dos funcionários da Prefeitura. A coisa começou a desandar no momento em que foi feita a concessão do esgoto para a CAVO e aí a dívida aumentou bastante”, declarou o vereador.
Agora, com o fim da intervenção, o edil vê dois caminhos: a volta da gestão à concessionária Águas de Itu ou ao poder público. “Se nós sabemos que essa empresa não teve capacidade e não teve condição de gestão, agora vai ter depois de 360 dias de intervenção? Me parece que não. Então a alternativa seria trazer de volta, como patrimônio da Prefeitura que sempre foi”, prosseguiu.
O vereador também comentou sobre a possibilidade de uma nova empresa assumir a concessão, mas não acredita que haja interessadas. “Se tiver expertise talvez pudesse ser uma alternativa, mas acho difícil neste momento encontrar uma empresa que queira assumir”, declarou Matheus.
Estudo técnico
Matheus Costa, que é pré-candidato a prefeito de Itu, disse ainda que estudou sobre a questão da água na cidade. “Nós sabemos o que precisa ser feito para resolver de uma vez por todas o problema de abastecimento de água na nossa cidade. Eu fiz um estudo técnico em torno desse tema. Eu não sou da área, mas busquei pessoas que têm um trabalho de anos em torno de estudo de abastecimento de água”, disse.
O vereador ainda afirmou que Itu conta com água, mas é necessária uma boa gestão. “Eu fui buscar os estudos técnicos que Itu precisava para realmente ser uma cidade autossuficiente, porque Itu, de certa forma, tem água sim. Vocês acham que uma das maiores cervejarias do mundo, que é a Brasil Kirin, estaria numa cidade sem água?”, questionou Matheus, finalizando sua fala.
Falta de planejamento
O vereador Josimar Ribeiro (PTN) também falou sobre a questão da água durante seu tempo, declarando que esse assunto será muito discutido nas próximas campanhas eleitorais. Ele também falou que faltou investimento na área e, principalmente, planejamento público.
“Existem outros problemas sérios, que às vezes acabam passando despercebido pela população e até mesmo pelos gestores, como o número de empreendimentos verticais, que cresceu na nossa cidade. São muitos, e isso também demanda água”, comentou, relacionando esse crescimento populacional a outros problemas da cidade, como a questão da saúde e da educação.