Caso da falta de merendas resulta em discussão na Câmara Municipal
Vereadores cobraram ação dos deputados estaduais eleitos por Itu. Eduardo Ortiz pediu que alunos sigam protestando
O caso da falta de merenda escolar, que motivou uma série de protestos na semana passada em Itu, foi muito discutido na sessão de segunda-feira (2). Após fala na tribuna do dirigente regional de ensino, Anivaldo Roberto de Andrade, os vereadores debateram muito o assunto – principalmente sobre de quem é a responsabilidade do fornecimento da alimentação aos estudantes.
O vereador Givanildo Soares (PROS) foi o primeiro a fazer uso da palavra. De acordo com ele, o dirigente “faltou com a verdade”. “Eu questiono as palavras desse senhor. Ele foi enfático em dizer que a culpa é do prefeito. Ele está acusando”, disse Giva, que também cobrou ação dos deputados eleitos por Itu.
“Cadê os deputados que lutam e querem o bem de Itu? Que têm poder constituído e livre acesso no Governo do Estado? Quem se preocupa com o munícipe vai lá, não importa se é o Tuíze que está no governo. O importante é resolver o problema. Os alunos não podem ficar com um lanchinho de nada até à tarde”, declarou o vereador, que elogiou a atitude do presidente Marquinhos da Funerária (PSD) em ir até a Secretária de Estado da Educação na semana passada.
Giva também questionou o motivo de Anivaldo não ter comentado sobre o problema nas ETECs. “Muito me estranha que no Estado inteiro, nas ETECs, também está com problema de merenda. Os alunos estão em greve. Eu acho que o problema é do Estado, também e principalmente”, disse. O vereador também falou que Tuíze não deveria ter assumido o compromisso.
“O prefeito assumiu um compromisso que não deveria assumir, por conta da situação que País, o Estado e Itu se encontram. Salto não quis”, comentou. “Se eu fosse o prefeito eu não assinaria o termo. Assinaria, sim, a cada mês”, sugeriu Givanildo.
Eduardo Ortiz (PHS) também abordou o assunto em seu tempo. Ele relembrou que vem fiscalizando o fornecimento de merendas nas escolas ituanas desde o começo de seu mandato. O edil ainda disse que tanto o “Berreta” quanto as ETECs são de competência estadual e que em outras cidades o problema também ocorre.
“Escolas de São Paulo ficaram sem merenda, tendo até que as aulas foram suspensas. Neste exato momento, há quatro escolas ocupadas pelos alunos na capital, por causa da merenda. O problema é só com Itu? Não é”, afirmou Ortiz, que também parabenizou as manifestações realizadas. “Quero parabenizar os alunos que foram às ruas, que foram reivindicar um direito. Protestaram de forma legítima e pacífica. Foram exercer seus papeis de cidadãos”, disse Eduardo, pedindo que os alunos não cessem com os protestos.
Matheus Costa, companheiro de partido de Ortiz, foi outro que cobrou ação dos deputados estaduais ituanos. “Nós temos dois deputados aqui na nossa cidade, inclusive a deputada é presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa. Comissão que tem tido alguns problemas nas últimas semanas, com falta de quorum”, disse o vereador.
Em aparte, Josimar Ribeiro (PTN) disse que Rita Passos está fazendo sua parte. “Pode ter certeza que ela vem acompanhando, sim”, declarou o vereador. Josimar também falou que a responsabilidade da falta das merendas é da Prefeitura. “A responsabilidade é única e exclusiva da administração. Se não tinha condições ou não queria fazer o convênio, não tinha assinado”, disse o ex-líder.
Também em aparte, a líder do governo Balbina de Paula Santos (PV) fez como os colegas e cobrou atitude dos deputados. Balbina também disse que a responsabilidade não é do município. “Estive hoje com a secretária (Marilda Cortijo) e com um representante da Nutriplus (empresa que fornece as merendas). Itu não tem responsabilidade. Assinou, sim, o termo de anuência, mas o Estado está deixando de cumprir com sua obrigação”, afirmou. “Estão fazendo política em cima dos estudantes que precisam da merenda”.
Balbina também disse que o presidente da Câmara falhou em sua reunião com José Renato Nalini. “Falhou, porque se todos nós tivéssemos ido lá conversas com o Dr. Nalini teríamos mais resultado do que dois vereadores. Foram lá também fazer política”, comentou. Giva também falou em aparte durante fala de Matheus, questionando a validade do termo de anuência.
“Vejam se isso tem fundamento. Um termo de anuência onde só o prefeito assina não tem compromisso. Ou seja, só uma parte se obriga. Cadê a obrigação legal do Estado?”, perguntou o vereador. Já Ortiz disse que faltou conteúdo no termo. “Tinha que ter aqui para assinar todas as refeições elencadas no documento, comprovando que eram iguais às de 2015. Aí sim eu assinaria”, declarou.
Críticas ao prefeito
Em sua fala, Josimar Ribeiro disse que existem vereadores que apoiam a atual gestão e que não tem responsabilidade com os alunos sem merenda. Já em aparte, Hermes Jabá (PSD) questionou se Tuíze sabia das cláusulas do termo de anuência. “Se tem um prefeito que assina papel sem saber o que está assinando, é um irresponsável”, disse, de forma alterada. “Isso é a merenda escolar, senhor prefeito. Deixe de ser irresponsável. Isso é ridículo”, esbravejou o vereador, batendo na mesa.