Marquinhos anuncia devolução de R$ 4,5 milhões aos cofres da Prefeitura
Dinheiro seria usado para a construção do novo prédio da Casa de Leis. Atitude foi elogiada pelos vereadores
O presidente da Câmara Municipal, Marquinhos da Funerária (PSD), anunciou no início da sessão da última segunda-feira (23) que devolverá R$ 4,5 milhões aos cofres da Prefeitura. Segundo ele, a medida foi tomada para auxiliar a administração municipal nesse momento de crise econômica. “Estamos fazendo o melhor possível para tentar ajudar a Prefeitura”, disse o vereador.
“Nos reunimos na semana passada, eu e a mesa diretora dessa Casa, e também os vereadores da base, e nós analisamos a situação financeira que passa a nossa Prefeitura. Então decidimos devolver uma parte do dinheiro que nós temos aqui. Não em termos de dotação orçamentária, mas em espécie”, declarou Marquinhos, que não convidou os edis que não fazem parte de seu grupo político para a reunião.
O chefe do Legislativo declarou que esse dinheiro seria destinado para a construção do novo prédio da Câmara. “Esse dinheiro nós tínhamos reservado para construir a nova Câmara Municipal e analisamos que não é o momento. Vamos esperar um pouco e no final do ano nós devolveremos o resto do dinheiro que temos aqui”, explicou o vereador. No fim do ano passado, Marquinhos devolveu mais de R$ 5 milhões à Prefeitura.
Elogios
A atitude do presidente da Câmara foi muito elogiada por diversos vereadores, inclusive os que hoje apóiam a administração municipal. “Acho uma atitude muito boa essa. Parabenizo o presidente e os demais vereadores que chegaram a essa conclusão”, disse a líder o prefeito Antonio Tuíze no Legislativo, Balbina de Paula Santos (PV). Já Matheus Costa (PHS) destacou o “espírito público” de Marquinhos e também o parabenizou.
“Isso é espírito público. Saber que essa Casa tem em sua conta corrente mais de R$ 4 milhões sabendo que a Prefeitura passa por dificuldades financeiras. Não é só a Prefeitura de Itu que está passando por esse problema, mas todas as prefeituras do Brasil de forma geral por conta da queda da arrecadação com os impostos, por conta do problema econômico existente no país. Não podia deixar de cumprimentar vossa excelência, mesmo não tendo me consultando”, comentou Matheus.
Josimar Ribeiro (PTN) foi outro edil a elogiar Marquinhos. “Queria parabenizar vossa excelência pela sensibilidade, pelo comprometimento e o gerenciamento do dinheiro público frente à responsabilidade dessa Casa de Leis. Não foi diferente quando fui presidente, também devolvi uma grande quantia ao governo que está aí”, relembrou o vereador.
Podia ser mais
Já Eduardo Ortiz (PHS) declarou que o dinheiro a ser devolvido deveria ser maior. “Se tiver que haver alguma devolução aos cofres da Prefeitura, que seja não os R$ 4 milhões, mas os R$ 10 milhões que é o que está previsto no orçamento municipal de 2016. Se não haverá construção do novo prédio da Câmara este ano, então que se devolva na integralidade”, cobrou o vereador.
Ortiz também criticou o orçamento de R$ 22 milhões de Câmara para este ano. “Nem vamos falar que, pra se obter os R$ 22 milhões de orçamento, inflou-se todos os departamentos aqui da Câmara. Isso já foi falado aqui por este vereador. Colocou um pouquinho a mais em cada setor para justificar esse orçamento, nunca antes visto na Câmara Municipal”, alegou.
Marquinhos então respondeu Ortiz. “Para a construção do novo prédio da Câmara não foi solicitado R$ 10 milhões, o vereador está equivocado. Foi R$ 8 milhões e pouco. Papel é papel, dinheiro é dinheiro. Dotação é uma coisa, dinheiro é outra. Eu estou devolvendo dinheiro, cash, eu não estou devolvendo dotação orçamentária. E o presidente aqui dessa Casa sou eu. Na próxima eleição, se vossa excelência for eleito e tentar disputar a presidência da Câmara novamente, pode ser que faça isso. Mas agora não dá pra devolver esse valor”, explicou.
“Eu recebo o duodécimo, uso o que tenho de usar e o outro restante do dinheiro fica na conta corrente da Câmara Municipal. O Valfrido (Carotti, secretário de finanças) deposita o valor de R$ 1,8 milhão, eu uso a minha parte e a outra parte fica em dinheiro. Eu estou devolvendo o que eu tenho em dinheiro”, prosseguiu Marquinhos. “Se eu fizer um cheque de R$ 10 milhões agora, vai voltar o cheque sem fundo da Câmara Municipal (risos)”, disse o presidente.
Ortiz rebateu. “É algo ilustrativo. Ninguém vai devolver amanhã um ‘checão’ de R$ 10 milhões. Não é assim. Existem os trâmites legais, este vereador sabe deles”, declarou.