Vereadores ironizam e fazem críticas ao posicionamento de Maurício Dantas

O discurso de Maurício Dantas, superintendente da AR-Itu, na tribuna da Câmara, não agradou aos vereadores, que reclamaram de algumas falas dele. “É lamentável ouvir isso aí”, declarou Hermes Jabá (PSD). “O que a Agência Reguladora fez? Depois de 240 dias, vem aqui contar uma história dessa? Isso não existe! O que fez nesses meses para fiscalizar?”, questionou o vereador.

Jabá também comentou sobre as falas de Dantas a respeito do interventor Elso Marques. “Quando o interventor chegou, era um homem do céu. Era um homem que ia resolver tudo”, apontou o edil. “Ele não teve tempo nesse período que ele ficou 180 dias para levantar a vida passada desse homem? Agora vem dizer que ele não usou água nem pra lavar as mãos?”, questionou Jabá, ironizando Dantas.

Givanildo Soares (PROS) comentou que já havia denunciado os empréstimos irregulares feitos pela Águas de Itu. “Eu acho tardio para se fazer algo. Tinha que ter me ouvido antes”, declarou o vereador, que disse ter solicitado, na oportunidade, documentos até o Ministério Público. Giva também disse que admira Dantas como geólogo, mas que deixou muito a desejar à frente da AR-Itu. “Ele almoçava todos os dias com os órgãos que eram para ser fiscalizados. Que autonomia tem uma pessoa totalmente parcial?”, questionou.

Líder do prefeito na Câmara, Balbina de Paula Santos (PV) disse que não recebeu convite para participar da reunião do conselho de fiscalização e regulação da AR-Itu. Ela também disse não saber mais de que lado Dantas está. “Eu não sei se ele está apoiando o governo ou se ele está contra o governo. Não deu pra entender a posição do senhor Maurício Dantas”, declarou, também lembrando que o responsável pela vinda da Águas de Itu foi o ex-prefeito Herculano Passos (PSD).

Zelito do Quiosque (PDT) disse que “ouvir Maurício Dantas dá até arrepio” e que não entendeu nada do que o superintendente falou. “Só entendi do roubo de R$ 35 milhões, que ele sabia. Foi ele que trouxe o interventor”, disse.

Matheus Costa (PHS), único a usar a palavra livre, disse que o problema com o serviço de água e esgoto em Itu é antigo e que a Águas de Itu usou a cidade como um “laboratório”. “Ela nunca foi da área de abastecimento de água. Todo mundo sabe que o negócio dela era frigorífico e também as rodovias. Ela fez uma parceria com a empresa Equipav e depois, no meio do trabalho, houve um problema entre as duas empresas e o know how, o corpo técnico, toda a experiência estava dentro da Equipav, e ela foi cuidar de termoelétricas”, explicou o vereador, que relembrou da CEI (Comissão Especial de Inquérito) proposta em 2014 para averiguar irregularidades na concessão.

Eduardo Ortiz (PHS) parabenizou o colega de partido por lembrar da CEI e disse que agora vai ser “muito fácil” vereadores falarem que vão fiscalizar. “Agora vai ser fácil, mas lá atrás, quando nós tínhamos materialmente condições de instalar uma CEI, aí ninguém quis”, comentou o vereador. “Poderia até não trazer água na torneira do cidadão naquele momento, mas traria à tona muitas informações”, ponderou.