Votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias é marcada por atrito de vereadores

Votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias é marcada por atrito de vereadores

 

 O projeto que dispõe sobre as diretrizes para elaboração e execução da lei orçamentária de 2017 (LDO) foi votado na sessão dessa semana. Por conta disso, o expediente do dia foi reduzido para 30 minutos respeitando o regimento interno. E a votação acabou se tornando um palco para atritos e desavenças entre os vereadores – e até com assessores.

O primeiro atrito aconteceu durante pronunciamento de Josimar Ribeiro (PTN), que fazia críticas à administração municipal atual. Líder do prefeito Antonio Tuíze, Balbina de Paula Santos (PV) pediu “Questão de Ordem” para alertar que o vereador estava saindo do tema do projeto, mas não foi atendida por Olavo Volpato (PMDB), que ocupava a cadeira da presidência no momento.

Após explanação de Josimar, a “Questão de Ordem” foi concedida à Balbina – que não aceitou. “Eu não aceitei porque não tinha mais necessidade. O vereador estava saindo do projeto e o presidente que estava aí não tomou as devidas providências”, declarou em justificativa de voto. Ela também disse que houve uma audiência sobre a LDO, mas apenas ela, o vereador Eduardo Ortiz (PHS) e mais dois munícipes estiveram presentes.

Olavo se irritou com as declarações de Balbina. “Quem presidiu a reunião de discussão da LDO fui eu, e tiveram vergonha de citar meu nome. Eu que presidi”, esbravejou o vice-presidente da Casa, que também esclareceu o motivo de não ter concedido “Questão de Ordem”. “Eu percebi, não sou bobo, tenho 30 anos de vida pública, que a ‘Questão de Ordem’ não era para discutir interpretação do regimento”, prosseguiu o vereador.

Josimar também esteve envolvido em alguns atritos. Enquanto debatia o projeto, Balbina fez alguns comentários sobre as falas dele com assessores parlamentares – o que não agradou o vereador, que cobrou atitudes do presidente Marquinhos da Funerária (PSD). Outro atrito foi com Givanildo Soares (PROS), que ironizou um erro de português dele. “O prefeito Tuíze não vai fazer ‘transação’, ele fará ‘transição’”, comentou. Josimar se irritou. “Pode ser que eu tenha sim dificuldades, mas eu tenho caráter”, respondeu.

Outro “embate” ocorreu após Zelito do Quiosque (PDT), que deu “parabéns” a Matheus Costa (PHS). “Eu queria parabenizar o Matheus, que hoje faz parte do grupo do Neto Beluci. Estava lá (na inauguração da adutora), com uns óculos maravilhosos. Eu queria parabenizar você, Matheus, até porque você falava que não era do grupo e hoje você prova que é do grupo do Tuíze”, declarou.

Matheus pediu “Questão de Ordem” para responder. “Sou um vereador independente, sim, vou aonde quero, sou representante da população aqui de Itu e vejo que é uma obra importante”, comentou o edil. “Dialogo com qualquer grupo político que acho que devo. Agora, não aceito, não aceitei e não vou aceitar dialogar com alguns que querem até que eu vá pra lá compor o grupo”, prosseguiu.

O último atrito foi entre vereadores do mesmo grupo, Josimar e Marquinhos. O primeiro pediu “Questão de Ordem” enquanto o presidente iria começar a falar sobre um assunto. “Você quer dar ordem no presidente? A ordem tem que partir de mim aqui nesta Casa. Se eu cismar de encerrar a sessão, eu encerro”, declarou Marquinhos, deixando o clima desconfortável.

 

O projeto

Em meio às discussões, alguns vereadores fizeram comentários sobre o projeto. Olavo Volpato disse que votou a favor por ser uma exigência legal. “É um documento técnico, pouco aproveitável, porque ele depende da arrecadação. Ele depende do governante. Nós vamos ter eleições agora no fim do ano e o governante que assumir vai revisar tudo”, declarou o vereador. Já Josimar Ribeiro disse que, independente do próximo prefeito que seja eleito, ele terá grande dificuldade de executar a LDO aprovada por conta da queda de arrecadação, entre outros motivos.