Brasil Kirin negocia patrimônios para cobrir prejuízos financeiros no Brasil
Jornal Estado de S. Paulo relata que a empresa pretende cortar R$ 200 milhões neste ano com reorganização do portfólio de marcas e redução de custos
As dificuldades financeiras enfrentadas pela Brasil Kirin têm obrigado a empresa a vender seus ativos. Segundo informações do Jornal “O Estado de S. Paulo”, o presidente da empresa, André Salles, apresentou no mês passado um plano de recuperação da operação local à matriz japonesa.
As mudanças incluem a reorganização do portfólio de marcas e a promessa de corte de custos de R$ 200 milhões neste ano. De acordo com o jornal, as medidas são motivadas pelos resultados da Brasil Kirin, que em 2015 foi responsável pelo primeiro prejuízo da história do grupo japonês.
O “Estadão” aponta que, em 2011, quando a Kirin pagou quase R$ 4 bilhões pelo controle da Schincariol – na época, vice-líder do mercado nacional -, o Brasil havia crescido 7,5% no ano anterior e a cervejaria se apresentava como uma concorrente capaz de incomodar a líder Ambev. Hoje, no entanto, a economia brasileira está em recessão e a Brasil Kirin registra perda de 25% de participação de mercado, ocupando o quarto lugar em vendas no País.
No ano passado, as receitas da Brasil Kirin caíram 25,4%, para cerca de 134 bilhões de ienes (cerca de US$ 1,3 bilhão), em razão da forte depreciação do real e também da queda de 16,8% nas vendas de cerveja, na comparação com 2014. Segundo o “Estado de S. Paulo”, a matriz teve de desembolsar mais de US$ 1 bilhão para cobrir previsões de resultados que não se concretizaram em todo o mundo – deste total, 90% das reservas se referiam ao mercado brasileiro.
Unidades
O “Estadão” relata que, em apresentação aos acionistas no dia 7 de junho, o presidente da operação brasileira revelou a meta de reduzir custos corporativos, renegociar contratos de matéria-prima e embalagem e otimizar ativos.
Esses são indícios de que a empresa pode se desfazer de mais unidades fabris, processo iniciado em abril, quando a Brasil Kirin repassou a unidade de Cachoeiras do Macacu (RJ) para a Ambev. Segundo apurado pelo “Estado de S. Paulo”, a venda de outras unidades em um cenário de queda de volume seria uma saída rápida para cortar custos – e a empresa estaria disposta a passar adiante outras 2 unidades das 13 que ainda mantém no País.