Ituano participa de encontro com o Papa Francisco

Engenheiro Marcos Benedetti Groblackner foi um dos jovens escolhidos para realizar uma entrevista com o líder católico sobre o livro DOCAT

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Lucas Gandia

“Nem nos demos conta de que era o maior líder católico que estava ali na nossa frente”. As palavras do engenheiro de materiais ituano Marcos Benedetti Groblackner, de 27 anos, são certeiras ao definir seu contato com o Papa Francisco, em junho deste ano, no Vaticano. A fotografia do encontro, sonhado por milhões de pessoas, ganhou destaque no mundo todo ao ser projetada durante a 31ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), realizada na Cracóvia (Polônia) no final de julho.

O contato de Marcos com o Papa Francisco fez parte de uma ação de divulgação do livro DOCAT (Doutrina Social da Igreja), que designa o conjunto de orientações católicas para os temas sociais. A obra é resultado de uma parceria entre a Igreja e a Youcat Foundation, organização internacional destinada ao catecismo para jovens.

Neste ano, o manual também foi lançado durante a JMJ em formato de aplicativo, o DOCAT App. Para promover a ferramenta digital, a Igreja convidou dois jovens católicos para uma entrevista com o Papa Francisco. Morador de Roma (Itália) desde dezembro de 2015, o nome do ituano foi um dos indicados pela Youcat para o encontro.

Voluntariado
Além de Marcos, a jovem Elena Karasová, da Eslováquia, também teve a oportunidade de conhecer o líder católico. Ambos integram o Movimento dos Focolares, grupo laico de inspiração cristã-católica fundado em 1943, na Itália, que promove ações voluntárias pelo mundo. “Mesmo recebendo uma boa oferta de trabalho em São Paulo, optei por vir fazer esse trabalho voluntário, pois creio que, como cristãos, somos primeiramente chamados a ser serviçais ao nosso semelhante antes de sermos bem sucedidos”, enfatiza Marcos.

Como a campanha do DOCAT tem como foco o desejo do Papa Francisco de alcançar um milhão de jovens que vivam a doutrina social da Igreja, Marcos e Elena prepararam perguntas relacionadas a essa temática. Entretanto, para a surpresa deles, o líder religioso não se limitou aos questionamentos iniciais. “Ele foi muito simples e nos fez sentir como se estivéssemos em nossa casa”, comenta o ituano.

Descontração
O clima informal abriu espaço para brincadeiras entre os presentes. “Quando o cumprimentei, disse: ‘mesmo se sou brasileiro, posso te dar um abraço?’. Ele respondeu: ‘certamente que pode’ e emendou em seguida: ‘mas quem é o melhor… Pelé ou Maradona?’. Brincando, respondi que os dois são muito bons, mas como brasileiro a resposta era muito fácil pra mim”, relata Marcos. “Momento de pura simplicidade e simpatia que nos deixou totalmente à vontade naquele instante tão significativo para nossas vidas”.

Durante o encontro, a espontaneidade do Papa ainda foi além. “Depois de responder as perguntas, ele me olhou e disse: ‘agora eu tenho uma pergunta para você’. Naquele momento, fiquei paralisado. Mas depois ele me surpreendeu com o questionamento envolvendo um ditado popular brasileiro: ‘cachaça é água?’. Só nós dois rimos, porque os outros eram estrangeiros e não entenderam nada”, recorda Marcos.

Para o engenheiro, a simplicidade do Papa Francisco fez com o que o religioso parecesse um amigo próximo. “Tanto é verdade que não me dei conta de que fui visitar o Papa; que ele me abraçou. Mas creio que tenho essa sensação porque o Papa é um de nós, é como a gente, que veio ao mundo para servir”, observa.

Ao término do encontro, mais um momento do qual Marcos não se esquecerá. “Quando o Papa estava saindo da sala, se voltou, me olhou e disse: ‘escute, Maradona é melhor’”, diverte-se o jovem de Itu.