Star Trek – Sem Fronteiras
Por André Roedel
No mês em que completa 50 anos, a franquia Star Trek ganha de presente um novo filme cheio de saudosismos e que reverencia suas origens. Lançado no início de setembro, Star Trek – Sem Fronteiras, terceiro filme da nova versão iniciada em 2009, saúda a história criada por Gene Roddenberry e expande os horizontes para futuras continuações. Tudo com uma trama básica, mas acertada.
O novo filme começa com capitão James T. Kirk (Chris Pine) pensativo, refletindo sobre sua missão à frente da emblemática USS Enterprise. Em meio a essa “crise existencial”, Kirk e sua tripulação resolvem embarcar em uma aventura após receberem um pedido de socorro. Porém, eles acabam caindo em uma armadilha do temível Krall (Idris Elba).
Star Trek – Sem Fronteiras mostra que um roteiro simples (escrito pelo também ator Simon Pegg), quando cai na mão de um diretor competente e um elenco afinado, pode resultar em uma produção memorável. O diretor competente no caso é Justin Lin, que substitui J.J. Abrams e traz todo o dinamismo de câmera empregado em sua filmografia, em especial nos filmes da franquia Velozes & Furiosos.
Já o elenco funciona porque todos souberam representar bem seus personagens, que fazem parte do imaginário de muita gente que cresceu assistindo à clássica série na TV – quando ainda era conhecida aqui no Brasil como “Jornada nas Estrelas”. Pine incorpora com tranquilidade o capitão Kirk, assim como Zachary Quinto e Zoe Saldana estão à vontade nos papéis de Spock e tenente Uhura, respectivamente.
Mas o que faz Star Trek – Sem Fronteiras um dos melhores filmes da franquia é a relação entre esses personagens. Porque Star Trek não é uma franquia sobre viagens espaciais; é sobre relacionamentos. Como é gostoso ver a Kirk, Spock, Uhura, McCoy, Checkov, Sulu, Scotty e tantos outros convivendo e se relacionando como uma verdadeira família!
Outro destaque são as homenagens feitas à série clássica. Todo aquele espírito de desbravamento do desconhecido – um tanto ausente nos dois filmes anteriores – e o clima de aventura inocente estão de volta em Star Trek – Sem Fronteiras – que ainda encontra tempo para prestar tributo a Leonard Nimoy, o primeiro e eterno Spock.
Mas engana-se quem pensa que o filme é só saudosismo: a ação está presente – e muito. Tanto as batalhas espaciais quanto as lutas de solo estão perfeitas, principalmente aquelas que têm Jaylah (Sofia Boutella). Destaque também para a maquiagem e os efeitos de computação gráfica, muito bem executados. Por tudo isso, ouso dizer que Star Trek – Sem Fronteiras foi audaciosamente onde nenhum filme da franquia jamais esteve.