A hora e a vez dos imóveis

O clima econômico mudou. É consenso entre os economistas que os ares que respiramos estão melhores. Não há motivo para imaginar que a crise acabou e que teremos vida fácil pela frente, mas há a clara impressão de que o pior já passou. O último período de crescimento que tivemos no Brasil foi o terceiro trimestre de 2013. Desse momento em diante foram 10 trimestres de marcha à ré. Pela lentidão na resposta de alguns indicadores, poderemos ter ainda os dois últimos trimestres de 2016 de encolhimento, mas ao menos já estamos vendo uma saída. Como diz o ditado: para quem não tem nada, metade é o dobro. Parar de piorar é uma boa notícia em meio a tanta tempestade. Algumas ações de controle do orçamento público começam a dar resultado e já é possível prever que a taxa de juros inicie um processo de baixa no próximo semestre. Nesse cenário, é possível concluir que chegamos ao fundo do poço e agora vamos começar uma longa e difícil subida. O mesmo pode se dizer sobre o mercado imobiliário, que está subvalorizado em muitas regiões, ou seja, está barato, e que deve esboçar recuperação em alguns meses. Para os que podem, é hora de tirar dinheiro do banco e começar a comprar algumas pechinchas.

A economia e feita de expectativas. Se todos acham que a situação vai piorar, ações, carros e imóveis são colocados à venda e os preços caem antes mesmo da piora da economia efetivamente acontecer. Por outro lado, se há uma expectativa de melhora, pessoas e empresas começam a fazer planos e esse bom humor faz com que o preço desses ativos suba antes mesmo da economia melhorar. Estamos vivendo uma dessas raras janelas de oportunidade em que os imóveis estão com preços baixos e as expectativas estão no meio de uma reversão. É possível afirmar com alguma precisão que, a partir de 2017 os imóveis iniciarão uma alta em seus preços, ao mesmo tempo em que os juros começarão a baixar, remunerando menos os rentistas.

Comprar na baixa e vender na alta. Esse é o procedimento padrão de quem quer ter sucesso em investimentos. O difícil é acertar o momento em que essas situações vão acontecer. É necessário muito estudo e informação para saber o momento exato de comprar e vender. Pois bem, hoje é possível, mesmo para quem não tem um conhecimento aprofundado em economia, perceber que estamos vivendo uma reversão de expectativas, esse momento é o momento de investir. Há excelentes ofertas no mercado imobiliário, basta garimpar. Provavelmente essa oportunidade vai durar ainda alguns meses até que o preço dos imóveis comece efetivamente a subir. Os investidores capitalizados e aqueles que têm uma boa leitura de mercado vão sair às compras de imóveis. Quando isso acontecer, pode-se dizer que os imóveis vão engatar em uma tendência de alta.

Resta torcer para que a instabilidade política não atrapalhe a recuperação da economia. Se Brasília permitir, em um ano estaremos bem melhores que hoje. A hora de investir em imóveis é agora.

Plínio Bernardi Junior – economista e professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas – FGV