Inferno
Por André Roedel
O escritor norte-americano Dan Brown chacoalhou o mercado editorial na década passada com seus instigantes – e polêmicos – romances, como “O Código Da Vinci”, “Anjos e Demônios” e, mais recentemente, “Inferno”. Todos os citados se tornaram best-sellers instantâneos, o que chamou a atenção de Hollywood. Os três foram adaptados para a telona pelo competente diretor Ron Howard, vencedor do Oscar por Uma Mente Brilhante.
Inferno é o mais recente desta trinca. Lançado na semana passada, o filme traz de volta o professor de simbologia Robert Langdon (vivido por um cada vez mais canastrão Tom Hanks) em uma aventura que lembra muito a premissa da série de TV 24 Horas. Isso porque o protagonista precisa correr contra o tempo para impedir que um vírus letal seja liberado e dizime metade da população mundial.
O filme é repleto de clichês tal qual os livros de Brown, mas o ritmo alucinante empregado pela direção de Howard faz isso se tornar um pormenor. O roteiro ágil de David Koepp (Jurassic Park e Homem-Aranha) e a trilha sonora sempre marcante de Hans Zimmer (O Rei Leão e Batman: O Cavaleiro das Trevas) também colaboram no andamento do longa-metragem, que tem uma estrutura complexa e com diversos flashbacks que ajudam o espectador a compreender a história como um todo.
No quesito atuações, o filme tem como grande destaque a bela e talentosa Felicity Jones (nomeada ao Oscar pelo excelente A Teoria de Tudo). Com tempo de tela menor apenas que o de Hanks, é ela quem se sobressai. Não que o eterno Forrest Gump esteja mal, mas lhe falta um pouco da vitalidade e brilho de outrora. Porém, ele parece estar à vontade no papel que já desempenhou em outras duas oportunidades, o que ajuda. O filme ainda conta com as boas participações de Sidse Babett Knudsen, Omar Sy, Ben Foster e Irrfan Khan.
Inferno também se destaca por suas incríveis locações. O filme foi rodado em belíssimos cenários reais, como o Museu do Palazzo Vecchio, em Florença-ITA, e a Cisterna da Basílica, em Istambul-TUR. Uma grande viagem ao mundo e sua história, com muitas referências às obras do poeta italiano Dante Alighieri – autor de “Divina Comédia”, que estabelece o conceito de “inferno” que o mundo ocidental acredita até hoje.
Todos esses deliciosos elementos se tornam pistas e cenários de um complexo e instigante quebra-cabeça, cheio de reviravoltas, que fará quem amou O Código Da Vinci também amar Inferno. Vale o ingresso.