Ouija – Origem do Mal

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Por André Roedel

Aproveitando o sucesso de bilheteria de Invocação do Mal e Annabelle, os estúdios e produtoras têm apostado suas fichas em filmes de terror focado no sobrenatural. Exorcismos, poltergeists e bonecos ou crianças possuídas por espíritos são os temas mais comuns. Ouija – Origem do Mal, em cartaz nos cinemas, se enquadra no último tipo.

O filme acompanha Alice Zander (Elizabeth Reaser) e suas filhas Lina (Annalise Basso) e Doris (Lulu Wilson). Após seu marido morrer em um acidente, Alice passa a viver aplicando golpes em clientes, dizendo se comunicar com espíritos. Quando resolve trazer um tabuleiro ouija (superfície plana com letras, números ou outros símbolos criada como método de comunicação com espíritos) pra casa, Doris tenta se comunicar com o falecido pai e desencadeia uma história repleta de clichês do gênero.

Os sustos previsíveis, os personagens rasos (assim como a trama) e os cenários escuros (até demais) estão presentes no longa-metragem dirigido por Mike Flanagan, assim como a movimentação de câmera tradicional em obras de terror. É o típico filme de “sustinho”. Tem quem goste. Eu não curto. Não que tenha medo, mas acho que esse tipo de obra não acrescenta muita coisa.

Fora que outros filmes provaram ao longo dos anos – até mesmo esse ano, como o ótimo O Homem nas Trevas – que o terror pode sobreviver sem apelar para esse artifício cada vez mais manjado. O único que atualmente faz isso com competência é o diretor James Wan, de Invocação do Mal. O segundo filme da franquia, lançado também neste ano, sabe dosar os clichês e acaba virando um tributo ao gênero. Já Ouija – Origem do Mal só é um filme sem novidades.

Mas o longa não é de todo ruim: algumas qualidades também podem ser notadas, como a ambientação, já que a história se passa nos anos 1960. Desde as músicas, passando pelos penteados e figurinos até os carros, marcam muito a época. As canções, que vão do rock aos clássicos românticos, se destacam. Outra coisa que gostei foi do final do filme.

Se nos dois primeiros atos o filme segue a estrutura básica, o final quebra um pouco o padrão. Não vou contar aqui pra não estragar a experiência de quem ainda vai assistir, mas espere pelo inesperado. Quem viu e gostou do primeiro longa, Ouija – O Jogo dos Espíritos, provavelmente vai gostar desse – que se trata de uma prequela, não uma sequência.

Mas se você não viu, tudo bem. Ouija – Origem do Mal é independente do filme de 2014 e dá pra ser assistido tranquilamente sem ter visto o outro – como eu mesmo fiz. Se você gosta de levar uns sustinhos no cinema e dispensa roteiros e diálogos mais elaborados, vale o ingresso. Se você é mais exigente, recomendo que não perca seu tempo.