Por que não declamo?

Por que não declamo?

 

 

 

Porque não declamo?

Porque a minha poesia

Mora dentro de mim,

Ela é muda

Vive de contornos coloridos

Rabiscados pelo pensamento.

Sem forma,

Sem voz

Não sei dela o tom

E quando a declamo

Penso que irei matá-la.

Gosto dela sob meus olhos

Correndo pelas linhas,

Gosto dela sentida

Na sequência das letras…

Se eu lhe empresto a voz

Tomo-lhe o encanto

Do silêncio,

Tomo-lhe a magia

Do sentimento.

Se outros a declamam

Tudo muda.

Em cada voz

Vejo outro verso

Outro canto,

Multiplicados encantos.

Por isso não declamo…

Declamai vós outros!

 

Maria Aparecida Thomaz Alves

Cadeira nº 08

Patrono Newton Camargo Costa