Adeus, 2016!
Por André Roedel
Finalmente chegamos ao fim de 2016, um ano considerado por muitos cheio de momentos ruins e perdas irreparáveis. De fato estes 366 dias foram atribuladíssimos, tanto no cenário local como no nacional e mundial. Tivemos uma política agitada, mortes de grandes e queridos astros do cinema e da música e também uma infinidade de casos que chocaram a sociedade brasileira.
Para o Brasil como um todo, os principais acontecimentos talvez tenham sido o impeachment da agora ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e a realização dos Jogos Olímpicos em solo nacional – mais precisamente no Rio de Janeiro. Se na competição esportiva o país deu show de receptividade e até de organização, no setor político o que se viu foi uma série de acintes contra o povo em meio a um jogo de poder em que só temos a perder.
E essa instabilidade política não tende a melhorar tão cedo, já que o atual presidente Michel Temer (PMDB) ainda não mostrou a que veio e tem a rejeição de boa parte da população. Para piorar (ou seria melhorar?), a Operação Lava Jato fecha o cerco contra grandes “caciques políticos”, prometendo uma limpa. Aguardemos… A única coisa concreta é que, enquanto tudo isso acontece, o país sangra com a corrupção e os desmandos de seus governantes.
Várias pessoas consideram o ano de 2016 ruim pelas perdas que tivemos em diversas áreas, principalmente na artística. E realmente perdemos muita gente boa. David Bowie, Alan Rickman, Prince, Gene Wilder, Elke Maravilha, Domingos Montagner, Leonard Cohen, George Michael, Carrie Fisher e tantos outros partiram e nos deixaram um vácuo – muitos deles de forma abrupta e inesperada.
Também tivemos muitos desastres e fatos violentos neste ano. O acidente com o avião da Chapecoense, um dos mais recentes, talvez tenha sido o que mais marcou o povo brasileiro. Perder uma equipe querida e cheia de jovens e promissores atletas (além de profissionais da imprensa e tripulação) da forma que aconteceu chocou a todos, até mesmo quem não liga muito para futebol. Porém, desse triste momento surgiram atos de solidariedade tão bonitos que acabaram suavizando a dor.
2016 também pode ser considerado um ano em que a intolerância falou mais alto. O ataque à boate LGBT em Orlando, a crescente onda conservadora na política, a guerra na Síria e os diversos atentados terroristas mundo afora (Berlim, Bruxelas, Istambul, Paris, Nice…), além de toda a crise dos refugiados, comprovam isso. Ainda vimos países que se orgulhavam de ser globalizados e plurais que estão, dia após dia, se encolhendo para dentro de suas fronteiras, como o caso do Reino Unido (que se separou da União Europeia) e os EUA (que elegeram Donald Trump para presidente, famoso por querer construir um muro na divisa com o México).
Aqui em Itu, o povo passou grandes dificuldades na área da saúde. Muitas pessoas clamaram por um atendimento médico e algumas morreram pela falta dele. Também tivemos uma disputa eleitoral acirrada, que resultou na surpreendente vitória de Guilherme Gazzola (PTB) e na já esperada renovação quase que completa na Câmara de Vereadores. Isso sem falar na crise econômica, que já vem afetando o país desde ano passado, mas parece ter apertado o calo do nosso município e de outros somente nesse…
Muitos outros fatos ficaram de fora desse texto – por falta de espaço e também por ser quase impossível lembrar-se de tudo que aconteceu neste ano, mesmo com a ajuda da internet. O fato é que chegamos ao fim deste duro 2016. Agora, é pensar para frente. Pensar que 2017 pode ser um ano de mudança e de renovação. Que o Ano Novo traga uma nova – e boa – realidade a todos nós.