John Wick: Um Novo Dia Para Matar
Por André Roedel
Ação do começo ao fim. Assim é John Wick: Um Novo Dia Para Matar, novo filme baseado no personagem criado pelo roteirista Derek Kolstad. Neste segundo longa-metragem, o personagem título (vivido por Keanu Reeves, da trilogia Matrix) tem que enfrentar um turbilhão de desafios em uma trama repleta de assassinos, briga por poder e vingança.
Porém, diferente do longa anterior (De Volta Ao Jogo), este não é um filme apenas sobre retaliação, mas, sim, de expansão deste universo neo-noir muito bem retratado pelo diretor Chad Stahelski. A produção vai mais a fundo nas regras dos assassinos, mostrando uma certa ordem e um respeito entre eles.
Como todo bom filme de ação, o novo capítulo da saga de John Wick traz uma boa pancadaria. As cenas de luta são muito bem coreografadas. É quase como se fosse uma combinação entre balé e artes marciais. O resultado é um ritmo frenético e ensandecido, colaborado com toda a sanguinolência semelhante aos bons filmes do diretor Quentin Tarantino – só pra se ter uma noção, Wick mata 141 pessoas ao longo do filme. Ou seja, não espere por um suspense amparado em atuações excepcionais.
A continuação se sai melhor ainda que o primeiro filme por conta do elenco mais interessante, com as boas presenças de Lawrence Fishburne, Common e Ruby Rose – esta última interpreta uma curiosa guarda-costas muda do antagonista principal da trama, vivido por Riccardo Scamarcio. Um Novo Dia Para Matar traz para o contexto a Camorra, organização mafiosa italiana. Ou seja: saem de cena os modernos edifícios de Nova York para dar lugar aos antigos conjuntos arquitetônicos de Roma.
A impactante trilha sonora dita o ritmo da ação. Aliás, a ausência dela também. Em uma cena filmada numa escadaria, Wick enfrenta o personagem de Common no mais absoluto silêncio – apenas são ouvidos os golpes trocados e eventuais tiros. O resultado é muito interessante. Outro ponto positivo do filme é o humor involuntário, pois é quase impossível não rir de certos momentos surreais.
Mas nem tudo são flores: o longa peca em ter vilões extremamente estereotipados. Fica claro que essa é a intenção, mas o que acaba sendo transmitido ao espectador é apenas um preconceito bobo com certas nacionalidades, como russas e italianas. Porém é um detalhe em meio a uma produção muito competente, que prende o espectador até o último minuto. Em resumo, John Wick: Um Novo Dia Para Matar é um filme que vale o ingresso.
Nota: