Delegado Moacir Rodrigues é condenado a mais de 18 anos de prisão por abuso sexual

Defesa recorrerá da sentença, com réu podendo responder em liberdade às acusações

Daniel Nápoli

Na última quinta-feira (6), o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou, em 2ª Instância, a 18 anos e oito meses de prisão, em regime inicial fechado, o delegado aposentado de Itu, Moacir Rodrigues de Mendonça, de 66 anos, pelo crime de estupro, contra a própria neta, na época com 16 anos de idade, na cidade de Olímpia (SP).

Moacir pode recorrer da sentença em liberdade, uma vez que esta foi a primeira condenação. Porém, a advogada da vítima, Dra. Andréa Cachuf Rodrigues, recorrerá com o pedido de prisão imediata, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu recentemente que, após a decisão, o réu deve ser preso.

A condenação no Tribunal de Justiça foi unânime, revertendo a sentença de maio do ano passado, quando o delegado aposentado foi absolvido e posto em liberdade.
O caso

O crime cometido pelo ex-delegado assistente do 1º Distrito Policial de Itu aconteceu no mês de setembro de 2014, em um hotel no município de Olímpia, onde Moacir e sua neta foram passar um final de semana.

O convite teria partido do próprio avô, que combinou que iria com a neta, a irmã da vítima e a irmã de Moacir, porém, de última hora, teria decidido viajar apenas com a então menor de idade, que na época tinha 16 anos.

De acordo com a vítima na época, ela foi obrigada a ter relação sexual com seu avô já na primeira noite de estada no hotel. “Ele me puxou pelo braço e me jogou na cama, eu fiquei muito assustada. Senti muito medo, porque nunca iria imaginar que ele ia fazer esse tipo de coisa”, chegou a declarar.
Desabafo

Filha de Moacir e mãe da vítima, Virna Heloísa Rodrigues de Mendonça desabafou ao comentar sobre a decisão. “Nós já esperávamos a condenação, mas esperávamos que ele já fosse preso. Nossa advogada já está entrando com um mandado de prisão. Ao meu ver, a justiça está começando a ser feita. Ele destruiu a vida da minha filha, que já tentou suicídio três vezes e hoje passa por tratamento psiquiátrico. Queremos justiça”, disse à reportagem.
Defesa

O “Periscópio” entrou em contato com o advogado de defesa de Moacir Rodrigues de Mendonça, Dr. Ricardo Ribeiro da Silva, que comentou a sentença, afirmando que ainda existem meios recursais, ainda com o réu em liberdade.