Fotografias de ituano serão expostas no Museu do Louvre, em Paris
Ainda considerados hobbies, trabalhos fotográficos do juiz Enio Godoy estão prestes a ganhar espaço em prestigiadas exposições do mundo todo
LUCAS GANDIA
“Não consigo imaginar qual será minha reação”, afirma o ituano Enio Godoy sobre a inclusão de três fotografias de sua autoria em uma exposição no Carrousel du Louvre, galeria situada um dos maiores e mais importantes museus do mundo. As obras só serão expostas em Paris (França) no mês de outubro, mas o ituano já considera um marco na carreira – ainda que considerada hobby – de fotógrafo. “Quando recebi o convite da curadora, fiquei sem chão. Não acreditei que era verdade”, ressalta.
Longe de Itu, Enio atua como juiz de direito em Bauru (SP) há cerca de dez anos. Entretanto, foi na cidade-natal onde ocorreram os primeiros contatos com a fotografia. “Eu tinha 15 anos; era um moleque e trabalhava em um cartório de Itu. Acabei fazendo amizade e aprendendo muita coisa com o pessoal dos estúdios locais que tiravam fotos dos casamentos, como o Katahira”, recorda.
Sucesso rápido
Em meio à rotina de compromissos profissionais e pessoais, o hobby, surgido em 1976, passou a receber mais atenção em um “momento mais estável”, como o próprio juiz define. Aberto a fontes de inspiração momentâneas e sem qualquer planejamento, Enio encontrou na fotografia uma forma de aliviar as tensões do dia a dia e, sobretudo, dialogar consigo mesmo.
A primeira exposição do trabalho fotográfico do ituano ocorreu em 2015, em Bauru. De lá pra cá, as fotos ganharam destaque em mostras da capital e do interior de São Paulo – e, agora, estão prestes a ganhar o Brasil e o mundo. Apenas neste mês de maio, há fotografias do juiz sendo expostas em Alphaville (Barueri) e Belo Horizonte (MG). Ainda neste ano, outros trabalhos serão expostos na Espanha (Barcelona), em Portugal (Cascais e Lisboa), no Principado de Liechtenstein (Vaduz), nos EUA (Miami) e na França, incluindo o Museu do Louvre.
Digitais e analógicas
Segundo o ituano, a divulgação do seu trabalho ocorreu de forma espontânea, graças às amizades construídas através da própria fotografia e às possibilidades da internet. Apesar de já poder se aposentar, Enio pretende seguir na magistratura por mais alguns anos. As fotos, no entanto, ganham cada vez mais espaço nos planos para o futuro. “Muitas imagens estão indo para leilão e, aos poucos, também vão se tornando uma forma de trabalho. Se o caminho for bom para os olhos e para a mente, ótimo”, pondera.
Apesar de ter se rendido às câmeras digitais em 2008, os equipamentos analógicos ainda carregam consideração especial do fotógrafo. “Com as digitais, você já consegue ver o resultado pronto na hora. Com as analógicas, ainda há o mistério. Além disso, é necessário trabalhar com mais técnica para fotografar e revelar, pois há um número limitado de poses”, ressalta Enio.