TV Q. C. Lê! – 06/05/17

Abrindo a conversa

A supersérie Os Dias Eram Assim é um retrato muito bem feito dos anos de chumbo que o Brasil viveu durante a ditadura. Um capricho muito grande ao retratar a época e apenas um deslize ou outro em alguns termos mais modernos que não se falava naquela época, mas nada que tire o brilhantismo da produção. Elenco impecável e ação na medida certa.

 

Retorno

Aguinaldo Silva vem escrevendo O Sétimo Guardião, novela global ainda sem data para estreia. Sabe-se que o autor trará de volta à telinha duas grandes vilãs de sucesso. Nazaré Tedesco (Renata Sorrah) e Perpétua (Joana Fomm na foto).

 

Rapidinhas

• Boatos dão conta que a Globo teria feito uma proposta milionária para tirar Rodrigo Faro da Record. • Apocalipse, uma das próximas produções da Record, terá Leonardo Miggiorin e Sérgio Marone no elenco. • Após o casamento de Patrícia Abravanel, sua irmã Silvia sentiu-se mal e foi hospitalizada, com pneumonia. Silvio Santos não sai da cabeceira da filha. • Luigi Baricelli cotado para apresentar novo programa na Band.

 

Fim de papo

A febre dos reality shows parece não acabar nunca. A Record marcou para 27 de junho a estreia de A Casa, que terá 100 participantes numa casa que terá apenas quatro camas e um banheiro. Dá prá imaginar?

 

TV a Lenha

Que Rei Sou Eu, de Cassiano Gabus Mendes, foi grande sucesso na tela da Globo no final da década de 1980. Em 2012, repetiu o sucesso de audiência quando foi reprisada no canal pago Viva.

O ano de 1989 foi uma época de efervescência política. O Brasil estava prestes a eleger um novo presidente da República e há muito tempo não havia tanta liberdade para se falar ou escrever sobre política. O saudoso Cassiano Gabus Mendes soube aproveitar bem o momento e escreveu a novela, uma sátira à situação política a qual o País atravessava.

O reino fictício de Avilan era um país decadente em finais do Século XVIII e se via às voltas com os problemas causados pela morte do seu rei. O reino precisava de um sucessor, só havia um filho bastardo e este não se deixaria corromper pelos conselheiros da rainha, interpretada por Thereza Raquel. O jeito encontrado pelo malévolo conselheiro Ravengar (Antonio Abujamra) foi colocar um mendigo no trono enquanto que o verdadeiro herdeiro iniciava uma guerra para tomar o poder.

A trama toda foi marcada pelo humor escrachado. O desfile de reis, rainhas, nobres e plebeus na tela conquistou o público, que conseguia identificar os temas atuais, como corrupção, troca da moeda, burocracia, injustiças sociais e a sucessão do poder na trama.

Algumas interpretações em Que Rei Sou Eu? marcaram a história das novelas da Globo. É o caso, por exemplo, de Thereza Raquel na pele da cômica Rainha Valentina, e a Rainha-Mãe, interpretada por Dercy Gonçalves nos últimos capítulos da novela.

O romance ficou por conta do triângulo amoroso interpretado pelos atores Giulia Gam, uma pobre camareira, Edson Celulari, o príncipe bastardo e Nathália do Valle, uma nobre decadente. Tato Gabus também fez muito sucesso na pele do mendigo Pichot, que virou rei da noite para o dia.
Outro destaque foi Carlos Augusto Strazzer que nesta trama fez sua última participação em novelas. O ator faleceu em 1993.

Exibida entre fevereiro e setembro de 1989, no elenco de Que Rei Sou Eu? estavam ainda Stênio Garcia, Jorge Dória, Cláudia Abreu, Daniel Filho, Marieta Severo, Vera Holtz, Isis de Oliveira, John Herbert, Laerte Marrone, Carla Daniel, Aracy Balabanian, Edney Giovenazzi, Milla Moreira, Oswaldo Loureiro, Guilherme Leme, Ítala Nandi e Gianfrancesco Guarneiri, entre outros nomes.