Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar

Por André Roedel

Johnny Depp está num perigoso caminho, tal qual o Capitão Jack Sparrow – personagem que interpreta nos cinco filmes da franquia Piratas do Caribe – ao enfrentar um mar revolto. O ator de grande sucesso e papeis icônicos vai se tornando numa caricatura de si próprio, principalmente após todos os escândalos que se envolveu (em um dos episódios, chegou a agredir a ex-esposa Amber Heard).

Tudo isso influencia pesadamente em Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar, novo capítulo da série que estreou nesta semana. O filme é divertido, tem boas cenas de ação e um elenco de apoio incrível. Mas tem Depp, uma âncora para uma produção tão bacana e que funcionaria perfeitamente sem ele. Cada vez mais afetado em sua interpretação, o ator vai caminhando rumo ao fim da prancha…

Tirando esse grande detalhe, A Vingança de Salazar é bom. Tem um roteiro dinâmico e bem encaixado, aliado à qualidade técnica que sempre foi vista nesse clássico moderno da Disney. Na trama, o jovem Henry (Brenton Thwaites) quer acabar com a maldição que seu pai, Will Turner (Orlando Bloom), enfrenta desde o terceiro longa-metragem da série.

Em busca de um artefato que pode ajudá-lo, Henry se depara com a bela e talentosa Carina (Kaya Scodelario, de longe a peça mais interessante desse filme. Aliás, você sabia que a atriz britânica tem ligações com Itu? Sim, ela é brasileira por parte de mãe, que tem família aqui). Eles se unem a Sparrow e o resto é história. Uma história divertida por sinal, com direito a navio fantasma e… fantasmas!!!

O líder das criaturas do outro plano existencial é o Capitão Salazar (Javier Bardem), espanhol que tem contas a acertar com Sparrow – e todo esse lance acaba sendo extremamente sem graça. O grande ponto do filme é mesmo a jornada de Henry e Carina, principalmente por conta dos dramas familiares de ambos.

Além desse ponto positivo, A Vingança de Salazar tem a competente participação do veterano Geoffrey Rush, que volta a encarnar o Capitão Hector Barbossa. Com seus trejeitos e a atuação competente, consegue ser um pirata bem mais interessante que o já gasto Sparrow de Depp. Ah, é não dá para esquecer de mencionar a ponta de Paul McCartney. Sim, o eterno Beatle está no filme em uma rápida – e engraçada – participação.

Em resumo, o novo filme de Piratas do Caribe serve com um entretenimento honesto, com algumas boas tiradas e uma trama acertada. Mas sabe quando você começa a enjoar de algo que gosta por se tornar repetitivo? Pois então, é para esse caminho que a série está seguindo. E parece não ter volta.

 

Nota:

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