A César o que é de César!

No final do mês de junho, a Prefeitura de Itu promoveu uma operação de fiscalização em lojas de variedades, localizadas na região central da cidade, com quatro delas, sendo lacradas devido a irregularidades.

Como em muitos casos conhecidos no Brasil, de diferentes medidas por parte de Prefeituras, esse também virou um grande “Fla x Flu”, aliás diversos assuntos na era das redes sociais, tem de ter o “bem x mal”, “Batman x Coringa” e por aí vai.

Muitos ituanos apoiaram a medida, encabeçada pelo prefeito Guilherme Gazzola. Porém. outras pessoas foram completamente contra, revivendo até mesmo o também polêmico caso do fechamento dos quiosques, alegando que, em tempos de crise econômica, tirar o “ganha pão” de comerciantes e empregados só piora a situação financeira. Mas será mesmo que essas críticas são justas?

Como tudo na vida há o bônus e o ônus, mas vamos raciocinar: É justo para o comerciante que cumpre com todas as leis e atua de maneira regular, sofrer concorrência daquele que se mantém da maneira clandestina e com preços muitas vezes mais baixos?

Essa concorrência desleal também pode fazer com que aquele comerciante que segue as normas, sofra prejuízos e, por pagar impostos e ter pouca saída de seus produtos, tenha que fechar as portas. Ele também ficará sem seu “ganha pão”, assim como seus funcionários.

Curiosamente, das quatro lojas lacradas naquela oportunidade, todas pertenciam a chineses. Poderia ser qualquer nacionalidade, até mesmo comerciantes locais. Mas, se estão fora das normas, que bom que medidas foram tomadas.

Creio que dificilmente, um ituano ou qualquer outro estrangeiro que fosse abrir uma loja na China, de forma irregular, conseguirá permanecer com a mesma em atividade. Isso sem falar nas multas e pesadas consequências que certamente sofreria. Ou seja, se em outros locais as leis são aplicadas, qual o problema de serem cumpridas por aqui também?

“Fechar os olhos” para as irregularidades também é uma forma de compactuar com a corrupção que assola o Brasil e culminou na grave crise econômica pela qual atravessamos. Não há como fugir disso. Cumprindo a lei ou não, existirão pessoas “paradas” por tempo indeterminado Só resta saber se aquela que acabou por não seguir a lei, ou se vai ser a pessoa que sempre procurou ser correta.

Analisar os fatos, antes de começar com as críticas, certamente será a melhor maneira para começarmos a repensar nossa sociedade e começar com as mudanças que tanto desejos no Brasil. Caso contrário, no país do “jeitinho”, a “gambiarra” será algo banal.